Linguagens: dicas para não errar concordância no Enem

Professor dá exemplos de erros de concordância comuns, mas que não devem ser cometidos pelos candidatos do Enem

por Camilla de Assis qua, 02/10/2019 - 13:22
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo . Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

A pouco mais de um mês para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), errar em assuntos básicos não se torna uma opção. Um desses assuntos é o tema de concordância. Seja ela nominal ou verbal, a concordância tem a ver com a forma que o verbo se alinha em gênero, número e grau com o sujeito.

Se a ordem das frases fosse sempre composta por “sujeito + verbo + complemento + adjunto adverbial”, seria muito mais fácil identificar problemas de concordância. Entretanto, muitas orações são escritas de forma inversa e podem confundir os estudantes. “Nessa ordem fica muito fácil perceber se há erro de concordância. O problema é quando o sujeito é jogado lá para o final”, explicou o professor de Linguagens Tiago Xavier.

Na concordância verbal, a única coisa a ser analisada é a forma que o sujeito e o verbo se alinham. Já na concordância nominal, é necessário avaliar outros aspectos como artigos, adjetivos, pronomes, numerais, substantivos, e como essas palavras estão relacionadas e adequadas umas às outras. Nesse caso, o verbo é deixado em segundo plano.

“É importante que os estudantes leiam bastante, afinal o tema de concordância é muito longo. Apenas concordância verbal é composta de mais de 30 assuntos”, aconselha Xavier. Para ajudar quem ainda tem dúvidas sobre o assunto, o Vai Cair no Enem, em parceria com o LeiaJá, trouxe alguns exemplos do professor Tiago Xavier sobre os erros mais comuns no tema concordância. 

Aluga-se salas

Alugar é um verbo transitivo direto, acompanhado de uma partícula apassivadora, o “se”. “O ‘se’ transforma a palavra ‘salas’ em sujeito. Então, o verbo ‘alugar’ deve concordar com o sujeito ‘salas’”, indica o professor. Dessa forma, a frase correta seria “Alugam-se salas”. 

Precisam-se de operários

Diferentemente do exemplo anterior, o verbo “precisar” é transitivo indireto. O “se” que o acompanha, desta forma, é chamado de índice de indeterminação do sujeito. O termo “de operários” é objeto indireto. “Nesse caso, o verbo, de forma alguma, pode ser levado ao plural”, explica Tiago Xavier. A frase correta seria “Precisa-se de operários”.

Agora é meio-dia e meio

Segundo o professor de Linguagens Tiago Xavier, o termo “meio” é um numeral, por se tratar de metade de um dia. “Implícita na frase está a palavra “hora”. Dessa forma, a frase correta é “meio-dia e meia”, diz. A frase correta seria “Agora é meio-dia e meia”.

Reuniu-se, na empresa responsável pelo evento, os sócios do projeto

O sujeito da frase é “os sócios do projeto”, cujo núcleo é a palavra “sócios”. Então, o verbo “reunir” deve concordar com “sócios” e seguir no plural. “Reuniram-se, na empresa responsável pelo evento, os sócios do projeto”.

Dicas para não errar mais

O professor salienta que existem dois passos fundamentais para ter bons resultados em Linguagens. “A leitura ajuda bastante, o aluno que não lê também vai ter dificuldade com gramática. Sem leitura, não tem como conseguir ser eficiente em língua portuguesa, leitura é fundamental. Já o segundo passo é fazer muito exercício. Quanto mais exercício você fizer, mais você vai entender como funciona o assunto”, finaliza. 

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