Concursos públicos, a luz no fim do túnel do desemprego

Mesmo com grande concorrência, brasileiros veem processos seletivos como opção na corrida por trabalho e estabilidade financeira

sex, 17/12/2021 - 08:50

Com a taxa de desemprego em 13,2%, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking de desemprego entre as 44 maiores economias do mundo. Para piorar,  o Legislativo Federal tem estudado propostas de reforma trabalhista que poderão criar postos de trabalho sem férias, 13º e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Nesse cenário de instabilidade, muitos brasileiros ainda veem os concursos públicos como um porto seguro.

É fácil entender o porquê. São serviços que ainda garantem direitos trabalhistas, dão estabilidade (são menores os riscos de demissão por “corte de pessoal”) e, em geral, têm uma boa remuneração.

Só no Pará, há pelo menos oito concursos públicos com inscrições abertas. Os requisitos e as remunerações são variados. O Ministério Público de Contas dos Municípios do Estado do Pará (MPCM-PA) pede curso superior, para salário de R$ 30 mil. Já para as prefeituras de Portel e Melgaço só é necessário o ensino médio, e o ordenado é de R$ 1.550,00.

Para Renata Costa (29), policial militar e ex-servidora da Prefeitura de Belém, mesmo com as provas difíceis, os concursos são uma excelente oportunidade. “Os salários são melhores, a carga horária é melhor”, diz. A policial, que também é formada em Pedagogia, contou que desde o período da graduação já pensava em trabalhar em instituições públicas e pretende fazer a prova para outros órgãos. “Penso em fazer a prova para oficial da PM, delegado de Polícia Civil, investigador, até policial rodoviário federal”, afirmou.

Mas o caminho até a tão sonhada vaga é complicado. Segundo Renata, conciliar os estudos com o trabalho ou outras atividades pode ser bastante difícil. “Eu estudava direto. Quando fiz o concurso para a PM eu já estava na Prefeitura, então às vezes eu ia dormir 3 horas da manhã e tinha que estar às 7 horas no trabalho”, contou a policial.

Quem também passou por um processo similar foi Larissa Santos (26), bacharel em Comunicação Social/Jornalismo. “A minha jornada como concurseira iniciou logo após o término da graduação. Me deparei com uma realidade mercadológica muito acirrada na minha área de formação. Com isso, notei que o concurso público (as oportunidades das vagas disponíveis) seria uma excelente opção”, disse.

Com as vagas limitadas e disputadas, a preparação é o diferencial entre os candidatos. “Prestei alguns concursos a partir do ano de 2017, mas de forma completamente equivocada, pois não tinha ciclos e nem cronograma de estudos. Com isso, só colecionava desgaste mental e frustrações. Já no período de pandemia, o foco foi maior, mais intenso e com auxílio de cursos preparatórios on-line”, finalizou a concurseira.

Por Sarah Barbosa.

 

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