Groove para poucos

Projeto Digital Groove não conseguiu atrair público para o UK Pub

qui, 18/08/2011 - 12:11
Divulgação Para um "seleto" público, a banda subiu ao palco por volta da meia-noite Divulgação

A apresentação da noite de quarta-feira (17), no UK Pub, do projeto Digital Groove foi, digamos, “só para amigos”. A super banda - que subiu ao apertado palco da boate com sete integrantes -talvez tenha pecado na pouca divulgação do evento.

É essa a explicação, ou  o público ainda não conhece as potencialidades da DG. Isso porque, em outros shows no meio da semana, como a temporada da banda olindense Eddie na casa, as apresentações eram satisfatórias em termos de público, mesmo sendo pagas –ontem, foram cerca de 80 pessoas, mesmo com o show gratuito.

No entanto, a sintonia da banda no palco soava como a de velhos amigos que se reencontravam – o que não deixava de ser. O projeto, iniciado em 1997 pelos produtores musicais Felipe Falcão e Zezão Nóbrega, apresentou seu segundo trabalho, o “Manual”, que conta coma participação de Luana Mallet, Djalma Rodrigues e Crika, da Amp e Clayton Barros, da Os Sertões. Juntos, eles sintetizam bem o que é a palavra “convergência”.

Como esperado, a banda subiu ao palco por volta das 00h, e teve a presença do tecladista Bactéria, da Mundo Livre S/A, como convidado. O vocal da cantora carioca Luana Mallet, como nas outras apresentações do grupo, foi um destaque. Performáticas, sensuais e de timbre forte, as músicas em inglês (como “Illusions” e “Dubio”) funcionavam bem melhor na voz de Luana do que as em português. “Ela eleva o som à outra qualidade, diferente do que vemos por aqui, com outras bandas. Acho que porque os músicos são muito diferentes entre si, isto funcione muito bem com Luana”, opina a enfermeira Bruna Lima, esposa de Bactéria, que já conhecia o som da banda.

A inovação experimental da DGestá, sem dúvida, em arriscar letras regionais como a de “Casaco de menina” (Eu venho do Sertão/ Trago um pé algaroba/Uma casca de romã/E uma flor para a senhora) aos sintetizadores a mil de Zezão Nóbrega. Para o estudante de computação Daniel Horowitz, o destaque da banda vai justamente para esta mescla. “Conheci o grupo há apenas dois dias, mas gostei muito da parte instrumental, da melodia em misturar o eletrônico e o regional”, afirma o estudante, que é fã de bandas introspectivas como Mogwai e Radiohead.

Impossível não mencionar a ótima performance do guitarrista Djalma Rodrigues (que além da Amp, toca na The River Raid), como destaque do show. Com certeza, cada um que sobe ao palco coma DG, leva suas referências. E a impressão que fica é que essa “bagagem” natural de experiências, de qualquer músico que se junte para produzir uma banda, foi levada – e muito – em consideração na produção de “Manual”. Confira o trabalho: www.digitalgroove.com.br.

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