Ray Bradbury morre aos 91 anos

Autor deixa um legado aos gêneros da ficção científica, fantasia e mistério

qua, 06/06/2012 - 17:18

Conhecido por romances que influenciaram os trabalhos de muitos autores de ficção científica desde os anos 50, Ray Bradbury deixou um legado literário forte, com várias obras adaptadas para outras mídias. Bradbury escreveu mais de 400 contos publicados em antologias e coleções, realizou 21 peças e trabalhou como roteirista junto a Alfred Hitchcock e no seriado cult Além da Imaginação, além de ter um de seus contos adaptados para um longa-metragem no cinema, Um Som de Trovão.

Ele escreveu vários livros famosos tanto para a ficção científica como para a estética, sendo um dos pioneiros da idéia do futuro enquanto distopia. Seus trabalhos mais conhecidos são a coletânea de contos As Crônicas Marcianas (1950), Farenheit 451 (1953) e Something Wicked this Way Comes (1962). Seu último trabalho foi publicado em 2006, Farewell Summer.

Ray Bradbury era um famoso por escrever seus contos diretamente na máquina de escrever, mesmo com a popularização do computador. "Escrevo mais rápido numa máquina de escrever do que você num computador. Bato 120 palavras por minuto, e isso é bem rápido", comentou uma vez em entrevista. Embora seus trabalhos retratassem o futuro, nem sempre abraçou a tecnologia no seu cotidiano e achava a internet uma perda de tempo.

Para o autor, a ficção científica era a mais importante forma de literatura. "Tem a ver com a história das idéias. Sonhar com elas, dar-lhes vida, projetá-las e torná-las um fato. Então, passamos para a próxima idéia. A história da ficção científica começou nas paredes das cavernas, vinte mil anos atrás. São resoluções de problemas através de idéias. Conhecimento científico primitivo, sonhos primitivos e projetos primitivos: resoluções de problemas", afirmou. Sua obra de mais de 60 anos, Farenheit 451, mostra uma sociedade vigiada onde o fluxo de ideias é controlado, livros são queimados e todos são vigiados para serem politicamente corretos e iguais. Esta história foi adaptada de forma direta por Francois Truffaut em 1966, e foi inspiração para várias outras obras sobre sociedade e controle, como o filme Equilibrium.

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