"Estou querendo levar o coco para o Sudeste", diz Herbert

por Felipe Mendes ter, 17/07/2012 - 21:27
Marionaldo Junior/LeiaJá Imagens

Herbert Lucena é compositor, cantor e produtor musical de Caruaru, interior de Pernambuco, tem um trabalho consistente e lançou o primeiro disco em 2004, Na pisada desse coco. Em 2012, como seu segundo disco, venceu três categorias do Prêmio da Música Brasileira, dominando a premiação. Herbert se apresenta no Palco Guadalajara do Festival de Inverno de Garanhuns, nesta terça (17), às 23h.

Você bombou no Prêmio da Música Brasileira, teve quatro indicações e levou três prêmios. Até que ponto isso foi uma surpresa?

Foi cem por cento surpresa pra mim. Lógico que quando a gente manda um disco para um prêmio a gente espera ser contemplado, mas foi surpresa pra mim ter quatro indicações. Nunca passou pela minha cabeça entrar como melhor cantor, melhor disco, nem revelação. Eu tinha que esperar entrar como design porque a gente investiu muito nesta parte no disco, mas os outros três foram uma surpresa.

E você gravou Não me peçam jamais que eu dê de graça tudo aquilo que eu tenho pra vender todo em Pernambuco...

Eu fiz tudo em Caruaru, só teve alguns instrumentos gravados no Recife, em Campina Grande e São Paulo, mas noventa e nove por cento deste disco foi feito em Caruaru.

E o que significa para você um disco feito em Caruaru ter tantas honrarias em uma premiação nacional?

Foi uma surpresa maravilhosa e está abrindo muito espaço. Eu, por exemplo, nunca tive a oportunidade de me apresentar no Guadalajara com o meu trabalho, eu sempre tocava no Festival de Inverno de Garanhuns no palco forró. É massa tocar no Palco Forró, mas não tem tanta visibilidade e divulgação quanto tem a Guadalajara. Isso é fruto destes prêmios que eu recebi. Fui convidado para fazer o circuito do Sesc de São Paulo, eu fiz todos os jornais do eixo Rio-São Paulo e ficou todo mundo querendo saber quem é esse tal de Herbert Lucena, um cara desconhecido, do interior de Pernambuco, que fez um disco e teve quatro indicações no Prêmio da Música Brasileira e levou três prêmios.

E você se sente um pouco representando Pernambuco?

Acho que não estou representando Pernambuco ou Caruaru, aho que meu trabalho soma. É mais um que está mostrando o trabalho de Pernambuco lá fora. Eu não posso dizer que estou representando uma região, Pernambuco é imenso, a quantidade de artistas que nós temos aqui, se você for contar, perde a conta. Eu sou mais um artista contribuindo para divulgar a nossa música. Desde o Movimento Mangue que o Sudeste começou a prestar mais atenção na música do Nordeste e, principalmente, na de Pernambucano. O meu trabalho vem a somar com isso, eu trabalho com coco, ciranda, frevo, tem influência de maracatu, e toda essa fusão de músicas que a gente tem aqui. Estou especificamente levando o conhecimento do coco para o Sudeste.

E qual repertório você traz para o FIG no show que faz nesta terça (17)?

Trago músicas do meu primeiro disco, Na Pisada desse coco, que lancei em 2004, mas, basicamente, o disco novo, Não me peçam jamais que eu dê de graça tudo aquilo que eu tenho pra vender. E toco alguns covers, coisas que me influenciaram, como a obra de Jacinto Silva, Jackson do Pandeiro e Ari Lobo, mas basicamente são músicas dos meus dois discos.

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