Muita brasilidade para encerrar a MIMO

Orkestra Rumpilezz fecha programação da Mostra em grande estilo

seg, 10/09/2012 - 08:38
Divulgação/Beto Figueiroa O maestro Letieres Leite e a Orkestra Rumpilezz se apresentaram no Carmo Divulgação/Beto Figueiroa

A Mostra Internacional de Música de Olinda – MIMO 2012 foi encerrada com muita brasilidade e refinamento. O maestro Letieres Leite e a Orkestra Rumpilezz se apresentaram no Carmo, em Olinda, para a despedida desta edição da mostra, após dez dias de apresentações musicais, festival de cinema e ações formativas e quatro cidades.

Continuando o processo de expansão iniciado em 2009, quando passou a acontecer no Recife e em João Pessoa, além da cidade-mãe do evento, Olinda, a MIMO foi à cidade histórica de Ouro Preto, em Minas Gerais, pela primeira vez, de 30 de agosto a 2 de setembro. A Partir do dia 3, a MIMO iniciou a etapa Olinda-Recife-João Pessoa, trazendo artistas como a dupla Richard Bona & Sylvain Luc – que também tocou em Ouro Preto com a participação de Marcos Suzano –, o cubano Chucho Valdez, Egberto Gismonti, Arnaldo Baptista, Cyro Batista, Arismar do Espírito Santo e os portugueses Maria João e Mário Laginha. A MIMO teve também show de lançamento do novo CD da Orquestra Contemporânea de Olinda.

“Quando se pensa na programação, se pensa em construir uma textura sonora para a mostra”, explica Lu Araújo, idealizadora da MIMO. Ela destaca a diversidade de atrações, e comenta a expansão da programação para outras cidades: “Para um festival que busca ressignificar o uso do patrimônio histórico estar em Olinda e agora Ouro Preto é estar nas duas cidades mais importantes do país”, avalia Lu.

Abaixo da recém restaurada Igreja do Carmo, o maestro baiano Letieres Leite deu uma aula de musicalidade brasileira com sua Orkestra Rumpilezz. Demonstrou diferentes ritmos de matriz africana de forma didática, explicou diferentes aspectos dessa musicalidade, como a religiosidade e a relação com os diferentes povos africanos importados como escravos ao Brasil. E ainda afirmou: “O samba nasceu na Bahia!”.

A Orkestra contagiou o público presente, arrancando aplausos em diversos momentos. Com um coração rítmico composto por cinco instrumentistas e 16 instrumentistas de sopro, o grupo regido por Letieres faz música moderna e refinada usando como elemento primordial a riqueza rítmica e percussiva da música de matriz africana. “É uma honra e um prazer estar neste Estado de uma música tão linda e rica”, disse o maestro no palco. Ao LeiaJá, Letieres contou que tentava vir com a Orkestra a Pernambuco há quase quatro anos.

A espera foi compensada por um ótimo show, com direito até a bis e final apoteótico. Para Gutie, produtor do festival Rec-Beat, que veio conferir o encerramento da MIMO: “É um evento de altíssimo nível, fico feliz de tê-lo em Pernambuco. É um dos grandes festivais do Brasil e do mundo”. Lu Araújo afirma já estar pensando na próxima edição da MIMO, que marca uma década da mostra, e planeja acontecimentos especiais para 2013.

Filmes

Atração à parte foi o Festival de Cinema da MIMO, que selecionou 25 filmes usando a música como fio condutor. Obras como Tom Zé em A lavagem das calcinhas, Di Melo – O Imorrível, Siba – nos balés da tormenta, Futuro do Pretérito: Tropicalismo now!, Marcelo Yuka no caminho das setas e Kaosnavial dialogaram muito bem com a atmosfera musical da MIMO.

 

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