Paula de Renor: "Legado do JGE são ações de continuidade"

Produtora do Janeiro de Grandes Espetáculos avalia destaques do festival que acontece até o dia 26 de janeiro

por Marcus Fernandes sab, 11/01/2014 - 10:33
Libia Florentino/LeiaJáImagens Paula de Renor, produtora do Janeiro de Grandes Espetáculos, fala sobre os destaques desta edição e legado deixado pelo festival para as artes cênicas de Pernambuco Libia Florentino/LeiaJáImagens

A produtora Paula de Renor, ao lado de Paulo de Castro e Carla Valença, atua há 20 anos na linha de frente da organização do Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco. Paula conversou com o LeiaJá sobre a realização da 20ª edição deste festival, que acontece até o dia 26 de janeiro deste ano e ocupa quatorze teatros de todo o Estado. Na entrevista, ela fala sobre o diferencial da programação deste ano em relação ao ano anterior, dos destaques desta edição e o legado deixado pelo festival para a classe artística e público local. Confira:

Qual a diferença da edição do Janeiro de Grandes Espetáculo deste ano em comparação ao ano passado?

A gente tem uma quantidade maior de espetáculos e acho que a qualidade vem melhorando a cada ano, apesar dos recursos financeiros não melhorarem como a programação (risos). Mas eu acho que quanto menos recursos temos mais caprichamos porque temos uma paixão muito grande pelo festival. A gente sabe que ele é importante pra cidade e pra classe artística porque o mês de janeiro era um mês parado.

Quais são os destaques da programação?

Esse ano a gente tem produções grandes como a abertura com o Dzi Croquettes, que pra gente teve um significativo grande porque juntamos com o Vivencial Diversiones e fizemos todo aquele esquenta. Mas temos também os irmãos Grim com uma opereta grande. Tem A Negra Felicidade, A primeira Vista, a apresentação da São Paulo Companhia de Dança. Contamos também com espetáculos menores e internacionais, mas que são muito delicados como o Se Estes Espasmos Pudessem Falar, do escocês Robert Softley, que é um artista que tem paralisia cerebral e que é um ator maravilhoso. 

A gente não pode trazer grandes nomes internacionais mas trouxe produções que tem um diferencial de alguma coisa, nem que seja na interpretação de texto, uma comunicação que a gente tem certeza que vai ter com o público. Temos um número maior e com qualidade maior. Conseguimos diversificar mais e colocar mais Nordeste também. Esse ano a gente trouxe a Bahia, Ceará, Paraíba... Isso é importante pra gente.

O que o Janeiro de Grandes Espetáculos deixa como legado para as artes cênicas do Recife?

A gente deixa de maior contribuição para a classe artística local ações de continuidade. O festival não é um festival só de apresentações, no estilo ‘apresentou, vai embora e acabou’. Então, por exemplo, quando a gente convida os curadores dos maiores festivais do Brasil para estarem presentes e assistem às nossas apresentações locais, no mínimo seis grupos saem daqui e circulam pelo Brasil dentro dos grandes eventos nacionais deste segmento. Então o Janeiro de Grandes Espetáculos é uma vitrine.

Temos também feito intercâmbios com Portugal de residências com grupos que vem pra cá e artistas daqui que vão pra lá, montam seus projetos e voltam. Isso já tem dois anos de continuidade. E para o público eu acho que o festival deixa a possibilidade de ver os espetáculos locais como uma vitrine do que passou no ano anterior e ter a chance de assistir algumas pérolas que a gente traz, internacionais e nacionais e de gêneros diversos. Isso tudo num mês de férias no qual as pessoas querem sair e se divertir. Tanto o turista quanto os moradores da cidade passam a ter todas as noites o que fazer, não somente ir para bar e restaurante. Durante o festival as pessoas tem a opção de ir pro teatro, levar suas crianças de tarde ou no meio da semana, assistir aos espetáculos de dança e também os musicais.

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