Carolina Herrera se renova na Semana de Moda de Nova York

Estilista disse que sua coleção foi criada "para a mulher de hoje, mas olhando para o futuro"

ter, 11/02/2014 - 08:00
DON EMMERT Modelo desfila coleção de Outono/Inverno da estilista venezuelana Carolina Herrera, em 10 de fevereiro de 2014 DON EMMERT

Aos 75 anos, Carolina Herrera não deu sinais de cansaço nem de nostalgia ao desfilar nesta segunda-feira (10), na semana de moda de Nova York, uma coleção outono-inverno em sintonia com a mulher contemporânea. A estilista venezuelana, conhecida pela elegância e sofisticação, já vestiu primeiras-damas, mulheres do jet set internacional e estrelas do cinema mundial.

Na primeira fila do desfile de Herrera no Lincoln Center, cheio de aficionados pela moda, estavam presentes muitos estilistas e jornalistas, entre eles a temida editora-chefe da Vogue, Anna Wintour. A top model Karlie Kloss abriu o desfile vestindo um casaco preto de lã, uma saia reta na altura dos joelhos e um suéter de caxemira. Também foi Kloss quem encerrou a apresentação, com uma roupa festa em seda bordada.

Em entrevista à AFP após o desfile, entre abraços e cumprimentos, Herrera disse que sua coleção foi criada "para a mulher de hoje, mas olhando para o futuro". "Estou um pouco cansada de todas essas coleções que fazem referência aos anos 1940, 1920, 1930", explicou.

"Preciso de mais. Tenho necessidade do futuro. É por isso que as proporções foram muito importantes para mim, os saltos baixos e um toque diferente do que temos visto por aí", disse uma entusiasmada Herrera.

A beleza do desfile também se mostrou diferente das demais coleções vistas nesta temporada de moda, com cabelos simples - presos em coques altos e sem muitos detalhes. Os casacos e suéteres lembram capas, com golas amplas e altas, enquanto as saias aparecem justas ao corpo, criando uma silhueta muito diferente.

As jaquetas, luxuosas, surgem arrematadas com peles nas mangas e ao redor do torso. As estampas geométricas e tribais também foram vistas em vestidos e saias - mostrando que essa é uma tendência que permanecerá em alta. Modelos que se arrastam pelo chão, de crepe georgette e organza, trazem uma cintura bem marcada por faixas largas e coloridas.

Herrera disse ter buscado inspiração na mulher jovem, mas com estilo. "Me inspirei muito nas garotas jovens, bem estilosas", disse a estilista, deixando no ar que talvez tenha se inspirado em uma musa específica - mas sem citar nomes.

Tommy Hilfiger: da festa à montanha

Outro clássico da semana de moda de Nova York, Tommy Hilfiger levou a plateia para um passeio na montanha, em um cenário onde se via uma cabana entre penhascos nevados e um par de velhos esquis.

Sua coleção foi inspirada na "conquista do oeste e dos grandes espaços dos Estados Unidos", explicou o estilista. O estilista parece ter ido beber da água dos nativos e dos caubóis para chegar a uma coleção que remete, em muito, ao estilo boho.

Na passarela, saias longas e cheias de franjas, que lembram lenços, estampadas com motivos étnicos e botinas; coletes forrados com pele sobre camisas jeans; ponchos e parcas de modelagem ampla e gorros com um ar vintage, arrematados por um pompom.

A paleta de cores da coleção traz muitos tons de amarelo, turquesa, bordô, cinza e cor-de-rosa. Aparece também o padrão do xadrez escocês, que estampa saias e vestidos soltos, além de bonitos e clássicos casacos.

Combinações de lã e caxemira, angorá e seda e, claro, muito couro. Hilfiger optou pela comodidade luxuosa e intrépida para uma mulher que usa botinas para se aventurar.

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