Teatro do Parque segue como promessa para 2016

Mesmo com denúncias de falta de pagamento e paralisação das obras, responsáveis são enfáticos ao afirmar que obra será entregue dentro do prazo

por Rodrigo Malveira sex, 21/08/2015 - 13:30

Às vésperas de seu centenário e ainda em reformas, o Teatro do Parque recebeu nesta sexta-feira (21) um comitiva formada pelo presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Diego Rocha, o secretário executivo de Gestão Cultural, Williams Santana, e a arquiteta Simone Osias, do Gabinete de projetos especiais para vistoriar a atual situação de um dos símbolos da cultura pernambucana. Sob suspeitas de paralisação das obras e falta de pagamento para a empresa responsável pela reforma, uma frase foi repetida várias vezes pelos representantes da prefeitura: “Estamos dentro do prazo e em novembro de 2016 o Teatro do Parque estará pronto para ser entregue a população”.

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Essa foi a segunda visita técnica aberta à imprensa realizada pela prefeitura. A primeira foi realizada ainda em março. De lá para cá, a arquiteta Simone Osias afirma que os principais problemas que o Teatro do Parque apresentava foram sanados, como problemas nas instalações elétricas, hidráulicas e de drenagem. Para ela, um grande avanço na obra, já que a partir de agora a restauração que será feita em todo teatro poderá ser realizada sem gerar problemas posteriores. “A primeira etapa foi recuperar integralmente a coberta, a retirada de toda instalação elétrica e hidráulica antiga e de toda a drenagem do edifício que estava trazendo problemas enormes para o piso da plateia e do palco", afirmou. Simone disse ainda que, após os reparos inicias, pode-se "De fato entrar na recuperação dos adornos e revestimentos e tudo aquilo que foi possível ser identificado como original”.

Para a arquiteta, o principal ponto para mostrar que o início do trabalho foi bem feito foi o Teatro ter aguentado sem maiores problemas de infiltração as chuvas que aconteceram nos últimos meses. “Aguentamos firmemente sem nenhuma consequência na estrutura as chuvas de junho, julho e agosto”, pontua. 

O trabalho que seguirá a partir de agora será o de recuperação da estrutura original do patrimônio que é de 1915. E essa será a primeira vez que ele passará por uma obra de restauro, desde sua inauguração o local já passou por três grandes reformas, a primeira em 1939, a segunda em 1980 e a última em 2000, nenhuma delas visando manter o projeto original. Somente alguns aspectos da obra de 1939 serão mantidos juntamente com a estrutura inicial. O principais aspectos a serem preservados são os pisos, painéis, vitrais e poltronas.

Mas, além de manter todo o aspecto histórico algumas novidades serão implementadas. Obedecendo a denominação de cine-teatro, o local contará com tela de cinema, reprodutores digitais e um sistema de som modernizado. “O edifício em si abriga um cinema e um teatro e precisa ter sistema de luz moderno, sistema de som, de projeção e de comunicação visual. Então resgatamos a história do edifício e modernizamos as funções dele”, falou Simone Osias.

O orçamento original da obra subiu de R$ 8,2 milhões para 10,5 milhões, o que seria previsto por conta do desconhecimento de como estaria a situação das peças originais do teatro que precisarão ser restauradas. E a expectativa é que em torno de 15 dias as obras sejam retomadas. Nesta sexta-feira (21), havia apenas sete funcionários trabalhando.

De acordo com Diego Rocha, a obra em si nunca esteve parada e vinha sendo desenvolvido todo um estudo sobre a estrutura original e o que poderia ser mantido. “A obra em si não chegou a parar, houve uma diminuição de pessoas aqui no teatro, mas tinham equipamentos sendo reparados em um galpão para o qual a gente transferiu o material. Tinha também um estudo de restauração que precisava ser feito, porque a gente não pode fazer uma intervenção sem ter esse estudo, pois a gente quer voltar às características originais. E esse estudo o Departamento de Preservação do Patrimônio Construído (DPPC) ainda  teve que analisar e agora esses dias as obras vão retornar a todo vapor”, afirmou.

Sobre as denúncias de que a prefeitura havia paralisado os pagamentos a empresa que conduz a obra, o presidente da fundação de cultura do Recife esclareceu que a situação já está regularizada. “Já foi feito um cronograma com a empresa não só físico, mas também financeiro e a empresa ganhou fôlego para tocar a obra”, concluiu.

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