Crítica: A Família Addams

Filmes estreia nesta quinta-feira (31)

qui, 31/10/2019 - 06:00
Divulgação A família Addams Divulgação

Eles são sinistros, assustadores, mas muito divertidos. A família mais amada do mundo está de volta depois de 26 anos afastada do público, pronta para novas aventuras. Nesta nova versão, veremos como tudo começou e como a família Addams está se adaptando aos dias de hoje, apesar de ter uma arquiteta certinha que quer se livrar deles a todo custo. E, para completar ainda mais essa história, Wandinha começa a descobrir o mundo exterior e fica amiga justamente da filha da arquiteta.

O filme é um ótimo passatempo, bem no estilo sessão da tarde. Ele consegue trazer toda a atmosfera dos filmes dos anos 90, criando um clima de nostalgia no público e ao mesmo tempo, mistura com as modernidades dos dias atuais. A mensagem que ele quer passar é bem clara, assim como foi nas outras mídias por onde a Família Addams já passou: respeito as diferenças, só que agora, de uma maneira mais aberta e menos escondida como era no passado.

Por se tratar de um remake, é obvio que algumas mudanças seriam feitas, só que umas são boas e outras nem tanto. A primeira foi bem interessante, ela mostra que a Família Addams é bem maior do que pensávamos. Já a segunda mudança não ajudou a trama em nada: a mudança de parentesco de um dos membros principais da família. E ainda, o hobby em que esta pessoa é profissional.

Hora de falar do elenco e dos personagens, que escalação incrível: Oscar Issac, Charlize Theron e Chlöe Garcez Moretz. Só eles três dão um show como Gomez, Mortícia e Wandinha, que tem o maior destaque no filme, principalmente quando ela fica amiga de Parker, que é o completo oposto da filha dos Addams, o que serve como ótimo contraponto para o desenvolvimento da personagem. É claro que não é só a Wandinha que brilha, o Feioso também tem a sua história, que se cruza com a da irmã em certos pontos da trama. Agora, quem merece o melhor destaque é o Tropeço, a Mãozinha e o tio Faster (no Brasil, Chico).

Toda vez que eles aparecem, eles roubam a cena com suas frases de efeito. Indo agora para os patriarcas da família, eles até que tem carisma, mas são muito fracos. O Gomez é um burro que diz sim pra tudo o que acontece. Já a Mortícia, até que é esperta, mas deixa tudo passar bem debaixo do nariz dela, para manter todos felizes.

O roteiro é bem redondinho, passa a mensagem que é um dos pilares dos Addams, não deixa pontas soltas para uma sequência, apesar de já estar confirmada, e ainda faz homenagens aos filmes de terror como IT e O Exorcista, além do próprio universo da família Addams. Indo agora para a parte técnica, o desing dos personagens é muito bom e lembra muito as trinhas escritas por Charles Addams. Agora, o trabalho dos diretores Conrad Vernom e Greg Tiernam, que estão em seu primeiro longa animado, deixa um pouco a desejar, acho que muito disso, vem do roteiro assinado por Matt Lieberman e Pamela Pettler, que é cheio de alguns furos, que se fossem removidos ou corrigidos, tirariam uns vinte minutos de filme a menos no corte final.

Chegou a hora de falar sobre o último ponto, a vilã. Nos últimos dois longas metragens, o plano dos vilões era enganar os Addams e tomar toda a fortuna deles. Agora, o objetivo de ódio desta nova vilã contra a nossa amada família sinistra é expulsá-los, só porque são diferentes. Claro que isso reforça a mensagem central da trama, mas quando chega no terceiro ato, desmorona completamente.

No geral, a nova versão da Família Addams é super tranquila, vai satisfazer os pequenos neste sombrio, mas deliciosamente tenebroso longa, além de matar a saudade de quem já os acompanhou no jornal, no cinema ou na TV.

PS: Fiquem até o final, tem uma surpresa antes dos créditos subirem para quem os já acompanhou na TV.

NOTA: 8,0

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Por Pietro Tenório

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