Diretor do Bolshoi rebate acusações de racismo: 'absurdas'

Americana Misty Copeland acusou o balé russo de maquiar dançarinas em vez de contratar mulheres negras

seg, 16/12/2019 - 18:03
ERNESTO MASTRASCUSA (Arquivo) A bailarina americana Misty Copeland, que acusou o teatro russo de racismo por maquiar suas dançarinas em vez de contratar mulheres negras ERNESTO MASTRASCUSA

O diretor da companhia de balé Bolshoi considerou "absurdas" as declarações da bailarina americana Misty Copeland, que acusou o teatro russo de racismo por maquiar suas dançarinas em vez de contratar mulheres negras.

"Não comentamos essas afirmações absurdas", disse Vladimir Urin, diretor do Bolshoi, citado por sua assessoria de imprensa após contato da AFP nesta segunda-feira.

Dançarinos russos e especialistas em balé argumentaram que não havia dançarinos negros suficientes no país para desempenhar esses papéis.

"Dói muito saber que muitas grandes companhias de balé se recusam a contratar dançarinas negras e preferem optar por uma maquiagem", escreveu Misty Copeland, de 37 anos, no Twitter.

No início de dezembro, Copeland, a primeira americana negra a integrar o renomado American Ballet Theatre em Nova York, mostrou uma foto de duas jovens bailarinas do Bolshoi, com rosto e corpo pintados de preto.

As duas posaram durante os ensaios para o balé "La Bayadère", obra do coreógrafo francês Marius Petipa, que se passa na Índia.

Desde sua criação, em 1877, em São Petersburgo, esse espetáculo apresenta bailarinas maquiadas como mulheres negras.

Diante dessas declarações, amplamente divulgadas nas redes sociais, o diretor do Bolshoi, citado pela agência Ria-Novosti, já havia defendido a semana passada que este espetáculo já foi apresentado dessa maneira "milhares de vezes" na Rússia e em todo o mundo.

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