Após polêmica com Lady Di, Londres quer reformar BBC

Vista por 23 milhões de telespectadores em 1995, a entrevista foi uma bomba

sex, 21/05/2021 - 08:35
Ben STANSALL BBC fica sob escrutínio, após escândalo da entrevista a Lady Di, em 1995 Ben STANSALL

O governo britânico anunciou, nesta sexta-feira (21), que examinará a pertinência de reformar a governança da BBC, após a publicação de um relatório sobre os métodos antiéticos adotados por um de seus jornalistas para conseguir uma polêmica entrevista com a princesa Diana, em 1995.

No relatório, divulgado na quinta-feira (20), o ex-juiz da Suprema Corte John Dyson critica o jornalista Martin Bashir por usar documentos falsos para convencer Lady Di a lhe conceder a entrevista. Também critica a direção da emissora pública britânica por sua gestão do caso.

Vista por 23 milhões de telespectadores em 1995, a entrevista foi uma bomba.

Nela, a princesa afirmou que havia "três pessoas" em seu casamento - referindo-se à relação extraconjugal de Charles com Camilla Parker Bowles, hoje sua esposa - e admitia que ela também tinha um caso.

"Este informe é claramente condenatório", disse o ministro da Justiça, Robert Buckland, ao canal Sky News, destacando que o documento aponta não apenas o jornalista, mas também a direção e "as decisões que foram tomadas à época".

"Isso exigirá um exame detalhado, e é isso que o governo fará com calma para ver o que precisa ser feito para melhorar a governança na BBC", acrescentou.

A publicação do relatório de Dyson provocou uma forte condenação da BBC por parte dos filhos de Diana, que morreu em um acidente de carro em 1997, em Paris, perseguida pelos paparazzi.

"É infinitamente triste saber até que ponto as falhas da BBC alimentaram os medos, a paranoia e a solidão dos últimos anos que passei com ela", reagiu seu filho mais velho, príncipe William, de 38 anos, o segundo na linha sucessória ao trono britânico.

Seu irmão mais novo, Harry, de 36, relacionou a morte de sua mãe "ao efeito dessa cultura de exploração e de práticas pouco éticas".

A polícia de Londres, que em março decidiu não abrir uma investigação sobre o assunto, disse hoje que estudará "qualquer nova prova significativa que surja" após o informe.

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