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Pesquisa IPMN no Recife: João da Costa e Mendonça lideram empatados e cenários são de segundo turno

Em relação à pesquisa IPMN de dezembro, o atual prefeito perde pontos em todos os cenários, a oposição avança, e cresce a avaliação negativa da...

por Eduardo Cavalcanti | sab, 21/01/2012 - 14:02

elaboração própria, com base na pesquisa do IPMN Maurício Costa Romão

O Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), divulgou hoje os números da pesquisa de intenções de voto para prefeito do Recife, realizada entre os dias 16 e 17 deste mês de janeiro. O levantamento tem margem de erro de 3,5 pontos de percentagem, para mais ou para menos, um nível de confiança de 95%, e aplicou 816 questionários.

A Tabela 1 mostra quatro cenários de intenção de votos estimulada, elaborados pela pesquisa, em que o atual prefeito João da Costa aparece como candidato do PT. O IPMN também confeccionou outros panoramas aventando a possibilidade de o deputado João Paulo vir a ser o representante petista, substituindo João da Costa (vide Tabela 2, abaixo). A pergunta estimulada é aquela na qual se apresenta ao entrevistado uma relação de nomes dos candidatos (normalmente impressa num disco de papel-cartolina), em ordem aleatória, para que ele escolha um nome de sua preferência.

Nos quatro cenários mostrados na Tabela 1 nota-se uma nítida polarização entre o prefeito e o pré-candidato oposicionista, deputado federal Mendonça Filho. Nos três cenários em que essas pré-candidaturas líderes se confrontam há empate técnico, com o deputado liderando em dois deles e o prefeito em um, sempre com uma pequena margem de diferença de apenas um ponto de percentagem.

No levantamento, a votação do atual mandatário recifense varia de 17% a 19% e a do ex-governador oscila de 16% a 20%, nos cenários em que os dois postulantes estão presentes (a margem de erro é de 3,5 pontos de percentagem, para mais ou para menos)

Nesses cenários, sobressai-se o fato de que João da Costa e Mendonça Filho terem intenções de voto bem acima das conferidas a um bloco intermediário de pretendentes à PCR, formado por Raul Henry, Raul Jungmann e Daniel Coelho.

Prevalecendo os números listados na Tabela 1, se a eleição fosse hoje, haveria segundo turno entre o atual prefeito e o ex-governador Mendonça Filho nos cenários I, III e IV, pois nenhum dos dois teria alcançado 50% mais um dos votos válidos. No cenário II, em que o nome do ex-governador não aparece no disco mostrado ao entrevistado, o segundo turno de votação dar-se-ia entre João da Costa e um dos três postulantes do bloco intermediário, todos empatados tecnicamente, com ligeira vantagem numérica para Raul Jungmann.

Chama à atenção, ainda, na Tabela 1, o enorme contingente de eleitores que ainda não se decidiu por nenhuma das pré-candidaturas aventadas. Esse contingente está englobado na categoria de votos brancos, nulos, não sabe, não respondeu. Na média dos cenários da Tabela em apreço, esse conjunto representa 45% dos eleitores, o que é compreensível em virtude da distância de tempo que ainda falta para a realização do pleito. Tal alheamento eleitoral está espelhado no fato de que, no momento presente, 74% dos eleitores pesquisados pelo IPMN ainda estão indiferentes, não estão interessados, ou se interessam pouco pelo pleito do próximo ano, no Recife.

De fato, quanto mais distante do pleito, mais os eleitores se mostram reticentes em manifestar preferência por este ou aquele candidato, optando por declarar que vai votar em branco, anular o voto ou, simplesmente, que não sabe em quem vai votar.  Na fase atual, as candidaturas ainda não estão consolidadas, os arcos de apoiamento não foram formados, as pré-campanhas não ganharam as ruas, etc., etc. À medida que o processo eleitoral vai avançando, os eleitores vão conhecendo melhor os nomes postos em disputa, começam a se envolver mais no processo político-eleitoral, passam a inclinar-se por determinadas candidaturas e, finalmente, fazem suas escolhas, diminuindo drasticamente os percentuais de votos brancos e nulos e de indecisos.  

João Paulo como candidato do PT

Quando o deputado federal João Paulo entra no lugar de João da Costa como representante do PT ocorre uma mudança radical nos números da pesquisa IPMN. O ex-prefeito lidera com folga nos dois cenários da Tabela 2, sendo que naquele em que o ex-governador Mendonça Filho não está (Cenário II), a soma das intenções de voto de todos os candidatos da oposição não chegar sequer à metade das conferidas a João Paulo. Os percentuais de intenção de votos do petista, nas duas simulações, foram de 43% e de 46%, respectivamente.

Configurados os cenários postos na Tabela 2, se a eleição fosse realizada hoje, ela seria definida no primeiro turno, com o ex-prefeito tendo entre 58,9% e 67,6% dos votos válidos nos cenários I e II, respectivamente.

 

TABELA 2

INSTITUTO DE PESQUISA MAURÍCIO DE NASSAU (IPMN)                                             

 RECIFE: PESQUISA DE INTENÇÃO DE VOTOS (%) P/ PREFEITO    

    CENÁRIOS COM JOÃO PAULO CANDIDATO PELO PT

(16 e 17 de Janeiro de 2012)

Candidatos

Cenário I

Cenário II

João Paulo

43

46

Mendonça Filho

17

x

Raul Henry

x

7

Raul Jungmann

5

7

Daniel Coelho

6

6

F. B. Coelho

2

x

Sílvio Costa Fº

x

x

Priscilla Krause

x

2

B/N/NS/NR

27

32

                                                                         Fonte: elaboração própria, com base na pesquisa do IPMN

Como se vê, a sombra do ex-prefeito continua rondando a figura de João da Costa, desta feita exibindo substantivo peso eleitoral, fustigando com números o esforço de viabilização política do chefe do executivo.  

Confira o comentário de Maurício Costa Romão, em vídeo.

 

* Maurício Costa Romão, Ph.D. em economia, é consultor da Contexto Estratégias Política e de Mercado, e do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau.

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