Basquete feminino do Brasil conquista vaga olímpica
Pela terceira vez na história dos Jogos Olímpicos, o Brasil pode comemorar o fato de levar uma delegação completa à Olimpíada. Depois de os homens encerrarem um jejum de 16 anos, neste sábado foi a vez de as mulheres confirmarem o favoritismo no Pré-Olímpico de Neiva, na Colômbia. Com extrema facilidade, as comandada de Ênio Vecchi atropelaram a Argentina, que mal viu a cor da bola. Vitória fácil, por 74 a 33. Em Londres, o Brasil vai repetir os jogos de Barcelona e Atlanta e vai levar seus times masculino e feminino.
A excelente participação no Pré-Olímpico, competição na qual o Brasil teve poucos momentos de trabalho com seus adversários, se deveu muito à participação de Érika. A pivô, que deixou o Atlanta Dreams, seu time, em meio à final de conferência da WNBA, foi o grande nome da seleção em Neiva. Só neste sábado foram 13 pontos e 16 rebotes. Desempenho que só não foi melhor porque ela permaneceu apenas 25 minutos dos 40 possíveis em quadra. Com a vaga em Londres garantida, ela pode voltar aos Estados Unidos para, na quarta-feira, ajudar sua equipe no segundo jogo da final da WNBA, contra o Minnesota Lynx.
O Pré-Olímpico serviu também para mostrar que o Brasil pode comemorar uma nova ótima safra de talentos, principalmente por conta de Damiris, que participou de apenas 16 minutos do jogo deste sábado, mas fez 10 pontos. Ela foi MVP do último Mundial Sub-19. Em Londres, a seleção deverá ter o reforço de Iziane, que seguiu com o Atlanta Dreams nos EUA e foi a grande heroína da classificação à final da WNBA, somando 53 pontos nos dois últimos jogos da final da conferência.
Em absolutamente nenhum momento da partida desta noite em Neiva houve a sensação de equilíbrio de forças. Nem parecia uma final de Copa América. Quando a Argentina fez seus dois primeiros pontos, depois de seis minutos de jogo, já se sabia que a vitória seria brasileira. Naquele momento, o placar marcava 13 a 2. Não à toa, o primeiro tempo terminou com 16 a 4.
No segundo quarto, o técnico Ênio Vecchi começou a promover o rodízio da equipe, que viu a marcação não encaixar tanto quanto nos 10 minutos iniciais, mas mesmo assim teve ampla vantagem. Fez 17 pontos e só levou 7. A vantagem, que já não era pequena, foi aumentando durante todo o terceiro quarto, chegando a 40 pontos de folga já ao fim deste período.
A facilidade era tão grande que o último quarto foi jogado com o quarteto titular do Brasil sentado no banco de reservas e comemorando a vaga olímpica.
O vice-campeonato dá à Argentina a chance de tentar ir aos Jogos Olímpicos a partir do Pré-Olímpico Mundial. Canadá e Cuba, que terminaram na terceira e na quarta colocação (59 a 46 na decisão do bronze) também disputarão do Pré-Olímpico Mundial no ano que vem.