A despedida de Marcelinho Paraíba do Sport

por Victor Bastos ter, 15/05/2012 - 20:11
André Nogueira/LeiaJá Imagens

Após 92 jogos, 37 gols, um acesso para a Série A, nenhum título e algumas polêmicas, o meia Marcelinho Paraíba se despediu do Sport. Nesta terça-feira (15), o jogador esteve na Ilha do Retiro para dar adeus aos companheiros e funcionários do time Rubro-negro. Ao lado do executivo futebol Cícero Souza, o camisa 10 conversou com a imprensa e esclareceu os motivos do rompimento do contrato.

Marcelinho Paraíba vai disputar a Série B do Campeonato Brasileiro pelo Grêmio Barueri. De acordo com o atleta e o gestor, a proposta foi irrecusável. Serão dois anos de contrato e um salário maior. Outro fator fundamental para a não permanência foi a derrota para o Santa Cruz na final do Campeonato Pernambucano, no último domingo (13).

Essa foi a segunda e última passagem de Marcelinho Paraíba pela camisa do Sport. O meia participou da Série B de 2010, sem sucesso. Também perdeu o hexacampeonato em 2011, quando chegou durante a competição. Ainda no ano passou, chegou ao ápice após subir para a elite do futebol nacional, sendo o craque da equipe. Nessa temporada, foi eleito o melhor jogador do Estadual, mas outra vez, perdeu o título.

Confira os principais tópicos da coletiva:

Cícero Souza, comunicado oficial do clube

Em nome do Sport, venho junto com o atleta para comunicar que tivemos um rompimento no contrato de trabalho. Ele recebeu uma proposta irrecusável em termos financeiros, com dois anos, e o Sport conduziu até o último domingo a ideia da renovação. Não ganhando o Estadual, além de ter mais de 30 anos – tem a política do clube de que, com essa idade, não ter contrato com mais de um ano.

Quero agradecer ao Marcelo pelas partidas, gols, contribuição decisiva e todos os momentos de liderança e emoções com a equipe. A cada entrada antes do jogo ele contagiava o elenco. Quando falava, o discurso não saía da cabeça, saía do coração e tocava quem estava ouvindo. Foi importante em relação à estratégia dentro de campo com arbitragem, com jovens, na concentração com jogadores mais novos que chegam ao clube... Ele representa muito. Com isso, diminuímos a incidência de cartões, aumentamos o aproveitamento de jogadores da base e a todos que chegaram, ele fez um bom anteparo. Enfim, só contribuiu.

Marcelinho Paraíba

- Sentimento

Despedida é sempre muito ruim e doloroso. Mas, ao mesmo tempo, a sensação é de dever cumprido, saio com a cabeça erguida, pois procurei sempre dar meu máximo. Estou partindo, faz parte do futebol. Recebi uma boa proposta, um contrato de dois anos, conversamos para ver se tinha a possibilidade de renovação, mas a perda do título fez com que não chegássemos a um acordo.

- A despedida no clube

Falei agora com meus companheiros e pedi desculpa a todos. Quero também me desculpar agora com a torcida, pois não conquistei esse título que tanto esperavam. Mas quero que saibam que sempre joguei com muito amor, estarei de longe, mas acompanhando e torcendo para uma melhor sorte na Série A.

- Alegrias e tristezas

A maior alegria foi o acesso. Foi muito bom, o clube merecia e precisava voltar para a primeira divisão. A maior frustração foram os dois títulos que perdi, mas não foi apenas eu. Não estou magoado não, apenas um pouco triste. Esperava a renovação.

- Pendurar as chuteiras

Com certeza, depois desse contrato vou encerrar a carreira no Campinense. Espero cumprir até o fim, esse é meu objetivo maior, além de conquistar o acesso a primeira divisão.  

- História no Sport

Foram coisas boas, mas costumo dizer que só marca época quando se conquista títulos. Tive o acesso a primeira divisão, mas faltou um título. Porém, saio de cabeça erguida, os torcedores que entendem de futebol sabem que procurei fazer o meu melhor. No geral, foi uma boa passagem. Fiz amigos que vão ficar para sempre na minha vida, até minha família ama muito o Recife e quer ficar aqui. É um problema, estou tentando resolver isso.

- Extracampo

Não atrapalhou de maneira alguma o grupo, só atrapalhou a mim mesmo, minha pessoa. Mesmo com os problemas que tive lá fora, eu entrava em campo, fazia gol, jogava bem...

- Mazola

Não teve nada de outro mundo, vamos esquecer isso aí. Fui errado, mas como era uma final, disputando a artilharia do campeonato, fiquei chateado - cabeça quente - e fiz uma coisa que não deveria. Na semana seguinte, nada atrapalhou, estava tudo tranquilo para fazer um bom jogo, não tenho problemas com o Mazola.

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