O G4: A trajetória dos quatro candidatos ao título

Apesar do começo ruim na temporada, Sport chega com força para semifinal. Santa Cruz e Náutico fizeram campanhas parecidas. Ypiranga conseguiu surpreender até mesmo o seu treinador.

por Geraldo de Fraga ter, 16/04/2013 - 08:23
Arte/Adriana Santos Um desses quatro clubes será o grande campeão do Estadual 2013. Arte/Adriana Santos

Sport - Início de ano conturbado. Com paciência e Ségio Guedes, chega com moral na reta final do Estadual.

 

O líder do segundo turno teve um começo de ano turbulento, com direito a demissão de técnico e diretoria de futebol entregando cargo. O Leão não disputou o primeiro turno, por estar participando da Copa do Nordeste. E a competição regional revelou as fraquezas rubro-negras.

Mesmo tendo terminado a competição sem perder nenhuma partida, o Sport não apresentou um futebol convincente em nenhum momento e caiu nas quartas de final em plena Ilha do Retiro, diante do Campinense. Após a eliminação, toda diretoria de futebol do clube entregou os cargos e deram adeus ao clube.

A má fase continuou no Estadual. O time estreou perdendo para o Salgueiro por 2 x 1. Na sequência, o Leão conseguiu duas vitórias seguidas, contra Serra Talhada e Central, mas o empate diante do Pesqueira, em casa, deu fim a era Vadão. O técnico já vinha sendo muito criticado pela torcida e resolveu pedir demissão.

Para o seu lugar, o Sport foi buscar um conhecido recente. Apesar de não ter conseguido livrar o Leão do rebaixamento para a Série B, no ano passado, Sérgio Guedes era a melhor opção, pois o treinador havia caído nas graças da torcida, conhecia boa parte do elenco remanescente de 2012 e tinha criado uma identidade com o clube.

A estréia do novo comandante foi um empate sem gols contra o Petrolina, no sertão do estado. Mas na partida seguinte, no Clássico das Emoções, o Sport bateu o Náutico por 2 x 1. A vitória deu início à crescente rubro-negra dentro da competição, que culminou na liderança do turno. 

Na semifinal, o Leão encara o Ypiranga, jogando a primeira em Caruaru e a segunda na Ilha do Retiro. Caso chegue à final, o Rubro-negro também terá o jogo de volta nos seus domínios, independente de quem seja o adversário na decisão.

Náutico - Altos e baixos para tão pouco tempo. A instabilidade provocada pela escassez de títulos pode ser o grande vilão alvirrubro em 2013. 

Jogando apenas contra times do interior, o clube alvirrubro levantou o título simbólico de “Campeão do primeiro turno”. Foram seis vitórias, um empate e uma derrota, além de 17 gols marcados e apenas oito sofridos. O início do segundo turno parecia promissor, com uma goleada arrasadora diante do Petrolina por 8 x 0.

 

Apesar da derrota para o Pesqueira, na segunda rodada, o Timbu engrenou uma sequência de quatro vitórias, todas por placares elásticos, ganhando o status de favorito ao título deste ano. Mas a “lua de mel” com a torcida acabou.

No primeiro desafio de peso na competição, o Náutico perdeu o clássico para o Sport e o status passou de favorito para possível "cavalo paraguaio". Mesmo goleando o Central por 4x0, na rodada seguinte, o time não se encontrou mais. Perdeu outro clássico, dessa vez para o Santa Cruz, nos Aflitos.

E o pior ainda estava por vir. O Timbu sofreu nova derrota dentro de casa, 2 x 0 para o Ypiranga. O resultado provocou a queda do técnico Vágner Mancini. Após vencer o Serra Talhada na última rodada, o Náutico ainda assegurou a segunda colocação do turno. A posição deu ao Alvirrubro a condição de jogar a segunda partida nos Aflitos.

Com um novo treinador, o recém-contratado Silas, o clube espera apagar os últimos fracassos e entrar na semifinal renovado. O último título estadual conquistado pelo Timbu foi em 2004 e a torcida já se mostra impaciente por um novo troféu.

Santa Cruz - Apesar da campanha equilibrada, a dependência de algumas peças enfraquece o Tricolor. 

Mesmo sendo o atual campeão estadual, o time do Arruda, mais uma vez, não entrou no Campeonato Pernambucano como favorito. Isso porque o fracasso na Série C do ano passado, a indefinição da renovação com Dênis Marques e a contratação de vários atletas desconhecidos deixaram a torcida desconfiada. O próprio treinador escolhido pela diretoria para substituir Zé Teodoro, que conquistou os títulos de 2011 e 2012, era uma aposta. Marcelo Martellote, ex-goleiro campeão estadual de 1993, e ainda sem grandes feitos no currículo de técnico.

Assim como Sport e Salgueiro, o Santa não disputou o primeiro turno, pois estava na Copa do Nordeste. O time fez a melhor campanha da primeira fase, mas foi eliminado nas quartas de final pelo Fortaleza.

A impaciência da torcida com o técnico e elenco cresceu consideravelmente após esse fracasso. A trajetória do Mais Querido no segundo turno do pernambucano era de altos e baixou, até que veio o Clássico das Emoções. Jogando como “azarão”, o Santa Cruz deu um nó no Náutico e saiu dos Aflitos com uma vitória incontestável por 2 x 0, quebrando um tabu de oito anos sem vencer na casa do rival.

Porém, um problema chegou para atrapalhar aquela que seria a arrancada tricolor. Contusões deixaram de fora dois dos principais jogadores do elenco: Natan e Renatinho. Sem eles em campo o Santa não ganhou mais pelo Estadual. Empates contra o Porto, em Caruaru, e contra o Sport, no Arruda. Os resultados fizeram o time cair na tabela e acabar a fase na terceira colocação. Tanto na semifinal, onde enfrentará o Náutico, quanto numa possível final, o time jogará o segundo jogo longe do Arruda.

Ypiranga - O bom mesmo é surpreender a si mesmo.

O time de Santa Cruz do Capibaribe foi uma das equipes que se apresentou mais atrasada para o início do estadual. O elenco só começou os trabalhos no dia 2 de janeiro. Como se não bastasse, o estádio Otávio Limeira estava em reformas e os treinos eram realizados em um campo emprestado.

Na época, o treinador Edson Miolo lamentou o fato e, diante das circunstâncias, revelou que o objetivo do seu time seria lutar para não cair. No primeiro turno, a campanha do Ypiranga realmente não foi boa. A equipe terminou na sétima colocação com apenas 8 pontos.

Porém, no segundo turno, o time deu uma volta por cima impressionante. Com cinco vitórias, três empates e apenas duas derrotas, a “Máquina de Costura” chegou aos 19 pontos e assegurou lugar no G-4 que vai disputar as semifinais. Poderia até ter chegado à vice-liderança do turno, mas com o empate diante do Pesqueira, na última rodada, ficou mesmo na quarta colocação e vai enfrentar o Sport na semifinal.

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