Alemanha conquista a mais merecida Copa que já disputou

Com gol de Götze na prorrogação, alemães conquistam o tetracampeonato no Estádio Maracanã sob os olhos de 74.738 torcedores

por Lívio Angelim dom, 13/07/2014 - 19:02

Final de Copa do Mundo é um tipo de máquina metamórfica. Cria ídolos e vilões. Endeusa uns e faz de outros Demônios. Criaturas como Pelé e Barbosa. Porque não existe crime sem culpado. O Mundial de Futebol eterniza seus protagonistas. Por isso o garoto alemão de 22 anos escreve seu nome na história com o gol do tetracampeonato. A história de Mario Götze será contada e repassada por gerações na Alemanha.

A Alemanha entrou e saiu da Copa do Mundo de 2014 como favorita ao título. Entrou tricampeã, saiu tetra. Entrou temida, saiu amada e respeitada. Pela simpatia, educação e, claro, o futebol. Após a golear e eliminar o Brasil por 7 a 1 nos deu o grato prazer de ver os argentinos lamentarem o vice-campeonato. Neste domingo (13), o estádio do Maracanã transformou garotos alemães em ídolos nacionais, que serão lembrados eternamente pela difícil vitória por 1 a 0 na prorrogação.

Alemanha e Argentina escalaram os mesmos titulares que venceram, respectivamente, Brasil e Holanda e se garantiram na decisão. Porém, durante o aquecimento, o volante do Real Madrid Sami Khedira sentiu a panturrilha e perdeu a posição para o meio-campista do Borussia

Muitos dos alemães conhecem bem a camisa 10 da Argentina, de confrontos entre Barcelona e Bayern de Munique. Messi entrou em campo com voando, todas as principais oportunidades argentinas tiveram origem da canhota do craque. Mas faltou alguém para complementar as jogadas.

Aos 20 minutos, Toni Kroos cabeceou para trás e entregou a bola de presente para o argentino Higuaín. Se fosse um passe o jogador albiceleste estaria em impedimento de tão avançado e livre que estava. Era o momento da consagração do camisa 9. Mas foi a decepção para todos os companheiros, que o viram chutar de pé direito sem força e sem precisão.

O atacante acertou o pé e balançou as redes alemães nove minutos depois. Messi lançou Lavezzi na ponta, que cruzou para Higuaín completar para a direita. Redenção, gol do título, craque nacional... Não. O camisa 9 estava adiantado, em posição de impedimento e o árbitro anulou o tento.

Apesar da posse de bola, do domínio alemão em campo, era a Argentina quem tinha as principais chances de marcar. Tentou com Lavezzi, com Messi e Aguero. Não conseguiu e viu o jogo se encaminhar para a prorrogação. Aos 7 minutos do tempo adicional, Palacio recebeu livre dentro da área, dominou no peito e tentou encobrir o goleiro Neuer. Caprichosamente, mandou para fora. Foi o pecado fatal.

Mario Götze ainda não havia feito uma boa partida durante toda a Copa do Mundo. O meia entrou aos 43 minutos do segundo tempo para se eternizar. Aos 7 do etapa final da prorrogação, recebeu cruzamento de Schürrle, dominou no peito e chutou outro vice-campeonato da Alemanha como foi em 2002.

O garoto de 22 anos escreveu seu nome na história com o pé direito. As décadas mostrarão o efeito da máquina metamórfica que é a Copa do Mundo. Bebês serão nomeados Mario Götze. Os argentinos se lembrarão dos gols perdidos por Palacio e Higuaín. E o Brasil será sempre o Brasil, como disse o atacante alemão Podolski. “Um povo maravilhoso, humilde, batalhador e honesto.”

FICHA DE JOGO

 

ALEMANHA 1

Neuer; Lahm, Boateng, Hummels e Höwedes; Kramer (Schürrle), Schweinsteiger, Müller, Kroos e Özil; Klose (Götze). Técnico: Joachim Löw

ARGENTINA 0

Romero; Zabaleta, Garay, Demichelis e Rojo; Mascherano, Biglia e Lavezzi (Aguero); Messi, Higuaín (Palacio) e Enzo Perez (Gago). Técnico: Alejandro Sabella

 

Local: Estádio do Maracanã

Árbitro: Nicola Rizzoli (Itália)

Assistentes: Renato Faverani e Andrea Srefani (ambos da Itália)

Gols: Mario Götze (aos 7 do 2º T da prorrogação)

Cartão amarelo: Schweinsteiger e Höwedes – ALEMANHA; Mascherano e Aguero – ARGENTINA

Público: 74.738

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