Relembre o caminho de Eduardo Baptista no Sport

Nos 593 dias no clube, o técnico venceu uma Copa do Nordeste e um Pernambucano em 2014 e foi eliminado nas semifinais dos torneios em 2015

por Lívio Angelim sab, 19/09/2015 - 08:06
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Eduardo Baptista (esq.) e o assistente Pedro Gama foram para o Fluminense após 593 dias no Sport Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

O tempo no futebol corre em outro compasso. Para os treinadores, meses são intensos como anos, já que a longevidade da profissão é curta. A primeira experiência de Eduardo Baptista como comandante, entretanto, foi bem incomum. Passou de preparador físico a técnico do Sport e trabalhou por 593 dias no Leão. Assumiu o time em crise, em 2014, conqusitou dois títulos, passou por momentos complicados - em que foi foi bancado pela diretoria -, negou propostas de grandes clubes do Brasil, mas cedeu à oferta do Fluminense durante a crise técnica do clube.

Eduardo Baptista chegou ao Sport na primeira passagem com o pai e técnico, Nelsinho Baptista, em 2008. Juntos, venceram a Copa do Brasil e dois Campeonatos Pernambucanos. A era foi encerrada no ano seguinte, quando o treinador se demitiu. Os dois foram para o futebol japonês, mas o preparador físico voltou ao Leão em 2011 para assumir o departamento físico.

Permaneceu no cargo até o início de 2014. Geninho iniciou mal na temporada e foi demitido com menos de um mês de trabalho. Eduardo Baptista assumiu interinamente em clássico contra o Náutico, pela Copa do Nordeste. As chances de classificação do Sport na situação eram mínimas, mas foi alcançada. Eduardo mudou de função e se tornou treinador do clube, até pela escassez de técnicos no mercado. Quem também passou por uma alteração foi o então analista de desempenho Pedro Gama, que se tornou assistente técnico.

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A partir dali, uma série de clássicos entre Campeonato Pernambucano e Copa do Nordeste foi superada. Primeiro veio o título do Nordestão contra o Ceará. Em seguida, o 40º Estadual do Leão diante, do Náutico. A equipe rubro-negra entrou no Brasileirão embalado pelas conquistas. Começou bem e perdeu o ritmo após a Copa do Mundo. Contratou jogadores como Diego Souza e Ibson, mas demorou para embalar. Foi a primeira crise de Eduardo, mas a diretoria segurou o treinador. O time chegou a se aproximar do Z4, até que as vitórias voltaram e o Sport - principalmente com apostas na categoria de base - terminou o Brasileiro com classificação à Sul-Americana.

O bom final de 2015 serviu para o bom início de 2015. Ainda assim, a execuação não saiu como o planejamento. O time demorou a engrenar. Primeiro veio a eliminação na Copa do Nordeste para o Bahia. Em seguida, o Leão caiu no Pernambucano para o Salgueiro - que chegou pela primeira à final do torneio. Apesar dos tropeços, foi mantido pela diretoria para a disputa do Brasileirão.

O Sport entrou na Série A e não demorou para se tornar sensação. Vitórias em casa e empates fora, o treinador Eduardo Baptista ganhou reconhecimento e chamou atenção de grandes clubes. Recusou propostas de Santos, Grêmio e Fluminense. Chegou à liderança isolada na torneio. Mas não durou por muito tempo. Caiu para o Santos na Copa do Brasil, mas ganhou a classificação à Sul-Americana, mesmo a contragosto. Passou das vitórias às derrotas e ficou no jejum de dez jogos sem vitória no Campeonato Brasileiro.

Os elogios se tornaram questionamentos. O bom modelo do técnico Eduardo Baptista logo foi visto como previsível e incapaz. O treinador chegou a se reunir com a diretoria para discutir o planejamento. Novamente foi bancado no cargo, mas desta vez só caso voltasse a vencer. Conseguiu. Coincidentemente ou não, venceu o que viria a ser seu próximo clube: o Fluminense.

Em seguida, empatou com o Joinville, mas se viu distante do comando. Seguiu com a delegação para o Rio de Janeiro, aonde enfrentaria o Vasco. Mas foi tentado pelos cartolas das Laranjeiras e fez o que declarou jamais fazer: quebrou o contrato. Ele afirmou que só deixou o comando antes do previsto porque "via o fim próximo"O fim da era Eduardo Baptista terminou com aproveitamento de 45%, inferior até que o atual conquistado na Série A: 47,4%. Ainda assim, deixou bom legado no Rubro-Negro. Tanto que os cartolas leoninos procuram alguém com uma filosofia semelhante.

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