Atlético de Madrid aposta em "invasão" sul-americana

Desde a contratação de Diego Simeone, clube espanhol investe em jogadores da América do Sul para os campeonatos europeus. Vários deles foram decisivos para a conquista de títulos.

seg, 28/12/2015 - 09:42
Divulgação Diego Simeone, técnico do Atlético de Madrid Divulgação

Estamos no dia 22 de dezembro de 2011. É mais um dia como qualquer outro na cidade de Madrid. O Real Madrid lidera o campeonato nacional três pontos à frente do Barcelona, enquanto que o Atlético de Madrid se encontra na 11° colocação, com 22 pontos e, um dia antes, acabara de ser eliminado da Copa do Rei pelo atrevido Albacete, da Segunda Divisão B, terceira divisão da Espanha.

O Atlético tem uma torcida fanática. Sempre apoia o time, não importa em que divisão esteja ou qual o lugar na tabela. Os aficionados colchoneros não param de motivar os jogadores. No entanto, a confiança dos rojiblancos está afetada e são necessárias mudanças que transformem a realidade do clube.

Elas vieram. Inicialmente, no comando técnico. Diego Pablo Simeone, chamado pelo torcedor do Atlético por “Cholo” Simeone, assumiu o comando do time, substituindo Gregório Manzano.

Um nome interessante na época, pois Simeone tem muita identificação com o clube, além de mentalidade vencedora. O atual treinador do Atlético de Madrid teve duas passagens pelo time colchonero como jogador. Jogou da temporada 1994/95 até 1996/97 e de 2003/04 até 2004/2005.

Sem dúvida nenhuma o ano de maior destaque de Simeone pelo Atlético foi o de 1995/96, quando o lado vermelho e branco da capital espanhola conquistou todos os campeonatos nacionais – Liga Espanhola e Copa do Rey. Além disso, esta foi a temporada em que “Cholo” marcou mais gols na carreira, foram 12 em 39 jogos.

Mudança feita, resultado imediato. Na mesma temporada da chegada de Diego Simeone, o Atlético de Madrid conquistou a Uefa Europa League derrotando o Athletic Bilbao por 3 a 0, com dois gols centroavante colombiano Falcao García (que foi o artilheiro do torneio com 12 gols) e um do meia brasileiro Diego. Era o início da invasão sul-americana.

Desde então, o Atlético passou dar mais atenção para o mercado de jogadores sul-americanos. Somente nesta temporada, jogadores como Jackson Martínez (colombiano que veio do Porto) e Vietto (argentino que chegou do Villarreal) foram contratados. Além da integração definitiva de Ángel Corrêa, meia argentino contratado na última temporada, mas que não pôde jogar por problemas cardíacos (veja quadro de contratações).

Há também aqueles que saíram e retornaram. É o caso dos brasileiros Diego e Filipe Luís. Diego regressou para jogar as fases finais da Uefa Champions League de 2013/2014, quando o Atlético foi vice-campeão. Já Filipe voltou após temporada discreta no futebol inglês. Mal saiu do banco de reservas. Regressou e é o titular absoluto da lateral esquerda.

A partir de janeiro, o volante argentino Kranevitter fará parte do elenco. Ele conquistou a Libertadores pelo River Plate neste ano. Foi contratado na última janela de transferências, mas ficou por empréstimo até o final do ano para disputar o mundial de clubes pela equipe argentina. O gráfico tende a ficar mais numeroso. De acordo com o site as.com, o Atlético de Madrid já contratou o volante argentino Augusto Fernández . A transação custou 6,5 milhões de euros e o contrato com o jogador será até junho de 2019. O jogador veio do Celta de Vigo.

Desde a contratação de Diego Simeone como treinador, o Atlético de Madrid conquistou uma Uefa Europa League, uma Supercopa da Europa, uma Copa do Rey, um Campeonato Espanhol e uma Supercopa da Espanha.

Além de Falcao Garcia e Diego, responsáveis diretos pelo título da Uefa Europa League, outros jogadores da América do Sul foram responsáveis por marcarem o gol do título: Miranda e Godín, que por muito tempo formaram a dupla de zaga do time colchonero.

O nível desses jogadores é de excelência quando se trata de jogo aéreo. Eles provaram isso em jogos decisivos contra os times mais poderosos da Espanha. Miranda marcou o gol do título da Copa do Rei contra o Real Madrid, na temporada 2012/2013. Além disso, a vitória encerrou um longo jejum. Na época, a última vitória colchonera sobre o time merengue tinha acontecido em 1999.

Diego Godín, uruguaio nascido na cidade de Rosário, marcou o gol do título da Liga espanhola contra o Barcelona em pleno Camp Nou, na temporada 2013/2014. A última vez que o Atlético havia conquistado o campeonato foi em 1995/96, quando Simeone era jogador.

Neste ano, o time de Madrid está realizando uma grande temporada. É o atual vice-líder do Campeonato Espanhol. Está com a mesma pontuação do Barcelona, porém com uma partida a mais; e a dois pontos do rival Real Madrid.

Com o forte elenco montado, o time colchonero tem qualidade para brigar pelo título até a última rodada. O próximo jogo será contra o Rayo Vallecano, nesta quarta-feira (30), fora de casa. Na Copa do Rei, o time está na fase oitavas-de-final. O adversário é o mesmo da próxima rodada. Os confrontos estão marcados para os dias 6 e 13 de janeiro.

Confira a seguir a 17° rodada do campeonato espanhol e os confrontos das oitavas-de-final da Copa do Rei:

17° rodada:

30/12: Real Madrid x Real Sociedad

30/12: Barcelona x Real Bétis

30/12: Rayo Vallecano x Atlético Madrid

30/12: Levante x Málaga

30/12: Sevilla x Espanyol

30/12: Eibar x Sporting Gijón

30/12: Getafe x Deportivo

30/12: Celta de Vigo x Athletic

30/12: Las Palmas x Granada

31/12: Villarreal x Valencia

Oitavas-de-final, jogos dos dias 6 e 13 de janeiro:

Barcelona x Espanyol

Rayo Vallecano x Atlético Madrid

Athletic Bilbao x Villrarreal

Valencia x Granada

Mirandés x Deportivo

Real Bétis x Sevilla

Jogos do dia 7 e 13 de janeiro:

Cádiz x Celta de Vigo

Eibar x Las Palmas

Por Octavio Almeida.

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