Estádio, mais uma vez, corre risco de ir a leilão Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Parece reprise, mas outra vez o estádio do Arruda pode ir a leilão por conta de dívidas trabalhistas. A informação é do ex-conselheiro do clube e desembargador, Bartolomeu Bueno. Em uma postagem no Facebook, Bartolomeu conta que no dia 7 de novembro o Mundão será leiloado em primeira praça, e em segunda no dia 27. O desembargador, no papel de proprietário de camarote, tenta impedir entrando com embargos de terceiro. O Arruda está avaliado em R$ 220 milhões e o lance mínimo é de R$ 130 milhões.

Bartolomeu, que foi retirado do conselho, tenta retornar e entrou com ações contra o Santa Cruz. Em uma delas, questiona a venda de oito jogos do Brasileirão à Arena de Pernambuco. Segundo o desembargador, tal atitude teria sido proibida pelo Conselho Deliberativo. A ação nunca foi cumprida pela Justiça e soma cerca de R$ 120 mil, mas poderia se fosse de sua vontade. 

O Santa Cruz deve algo em torno de R$ 270 mil em uma ação trabalhista em nome do espólio de Carlos Cezar Machado Batista, ex-jogador do clube, conhecido por Cezar Baiano, que jogou a Série B de 2007 pelo Tricolor. O Arruda está avaliado em R$ 220 milhões, mas o lance mínimo para arrematação do estádio é de 130 milhões.

Junto ao advogado André Frutuoso, o ex-conselheiro busca evitar que o leilão seja concretizado, atuando na qualidade de proprietário de camarote. Em entrevista publicada pelo site Blog do Torcedor, Bartolomeu afirma que o terreno é cedido pela Prefeitura do Recife e se alguém arrematar o Arruda terá que manter a finalidade de uso esportivo e social. 

"Se a propriedade for destinada para qualquer outra coisa, a doação será revogada e o terreno volta a pertencer ao Recife. Quem adquirir o estádio, seja por arrematação ou compra, não pode fazer uso. Vai ter que derrubar e levar a metralha, porque o terreno é do município", afirmou ao Blogo do Torcedor.

Santa Cruz não teme leilão

O presidente do Santa, Alírio Moraes, conta que irá parcelar a dívida e irá se reunir com o diretor jurídico do clube, o advogado Eduardo Lopes, para traçar uma estratégia. "Já aconteceu outras vezes, o estádio não pode ir a leilão em uma causa menor que R$ 300 mil. A legislação nos permite evitar. Iremos parcelar a dívida e pagar", garantiu o dirigente.

Cenário repetido

Em 2013, a Cobra Coral também correu o risco de ter o estádio leiloado, além da sede do clube. Porém, Alírio Moraes, à época conselheiro do clube, conseguiu a suspensão na justiça. Segundo o atual presidente do Santa, o Arruda é impenhorável, por se tratar de um terreno doado pela prefeitura do Recife.