Ídolo no Náutico, Kuki vive pressão por falta de títulos

'A cobrança é a mesma de quando eu jogava. O pessoal chega e diz que eu tenho que ganhar título', disse o melhor atacante alvirrubro dos últimos tempos

por Nathan Santos sex, 13/01/2017 - 16:50
Nathan Santos/LeiaJáImagens Declarado torcedor do Náutico, Kuki sofre com o jejum de títulos Nathan Santos/LeiaJáImagens

O grito de felicidade por título há anos está preso na garganta do torcedor alvirrubro. Na memória da massa vermelha e branca, estão as boas lembranças da última conquista, no Arruda, diante do Santa Cruz. Um placar de 3 a 0, quando muita gente não acreditava na vitória do Timbu, cravou, em 2004, o título de campeão pernambucano para a equipe da Rosa e Silva. De lá para cá, restaram acessos para a Série A e quedas para a B, além de uma seca de taças que assombra muitos torcedores. Um deles é Kuki.

O ex-atacante do Timbu é amado entre os alvirrubros. Disparado, Kuki é apontado como o último ídolo do Náutico, bem como esteve na última conquista vermelha e branca. Hoje, atuando como auxiliar técnico da equipe de Dado Cavalcanti, ele revela, em entrevista ao LeiaJá, que é extremamente cobrado pelos torcedores. Estão com sede de títulos e depositam no ex-atacante a esperança de que a experiência de Kuki ajude os atuais atletas do Náutico.

“A cobrança é a mesma de quando eu jogava. Todo mundo sabe que sou identificado com o torcedor pernambucano em geral. O pessoal chega e diz que eu tenho que ganhar títulos, e que eu preciso jogar. Na verdade, me cobram mais agora porque ando mais na rua”, revela Kuki. Confira, a seguir, a entrevista em vídeo:

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No semblante de Kuki é visível como o jejum de títulos o incomoda, pois o insucesso é incompatível com sua carreira. Além de ostentar títulos com a camisa do Náutico, ele é o maior artilheiro vivo do Timbu com 184 gols, além de ser o atleta que mais vestiu a camisa do Alvirrubro. De acordo com ele, os jogadores que enfrentam insucessos sentem menos o impacto do jejum, porque nem sempre continuam no clube. “Muitos jogadores vão embora, dando sequência à carreira. O funcionário fica aqui, porque ele é da casa, sente a dor. A gente mora aqui na cidade e com certeza sofremos mais. É muita cobrança”, afirma o ex-atacante.

Otimista, mas ciente de que as dificuldades continuarão para o Náutico, Kuki garante ao torcedor que a atual equipe está trabalhando com foco na conquista. De acordo com o ídolo alvirrubro, é preciso se desprender do passado para evitar um novo fracasso. “Jejuns acontecem com todos os times. Não adiante a gente ficar no fracasso anterior e nem ser o coitadinho. Precisamos trabalhar e todo jogador sabe da sua responsabilidade. Só é marcado na história do clube quem ganhou títulos”, relatou.

Lembranças do derradeiro título

O título pernambucano conquistado em 2004 foi um dos mais marcantes da história do Estadual. Na primeira partida, realizada nos Aflitos, o Timbu perdeu por 1 a 0. Na volta, o Mundão ficou lotado pela massa tricolor e muita gente já dava como certa a conquista da Cobra Coral. Mas Batata, Marco Antônio e o próprio Kuki marcaram e sacramentaram o último título alvirrubro.     

“Você vai ver as entrevistas da época e percebe que os jogadores do Santa achavam que já tinham vencido. A diferença é que nós nos preparamos para uma decisão e eles para comemorarem o título”, desabafa Kuki.

Para o ex-atacante, o momento mais marcante do clássico aconteceu ainda fora do gramado. “O que me marcou foram as palavras de incentivo de Robertinho, na época auxiliar técnico do Zé Teodoro. Ele deitou a gente no chão e falou tudo o que iria acontecer no jogo. Robertinho falou: ‘Imagine vocês entrando no Arruda, a torcida do Santa Cruz em peso, a festa toda preparada... Começa o jogo e o Náutico vai lá e faz um gol’. Foram palavras do coração dele. No final, a gente foi campeão no campo”, revelou.   

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