Para Hélio, escassez de jogos é ruim para o Náutico

Enquanto os rivais já realizaram cerca de 10 partidas, o Náutico fez apenas quatro na temporada

por Luan Amaral dom, 04/04/2021 - 10:00
Tiago Caldas/CNC Hélio dos Anjos comanda o treino do Náutico no CT Wilson Campos Tiago Caldas/CNC

Hoje, de novo, não tem jogo do Náutico. Enquanto o Santa Cruz fez 10 partidas oficiais, e o Sport, 11, o Timbu entrou em campo apenas quatro vezes na temporada 2021. A diferença tem uma explicação óbvia, aos contrário dos rivais, o clube alvirrubro não disputa a Copa do Nordeste e a Copa do Brasil.

O Náutico praticamente tem jogado de 10 em 10 dias e o treinador Hélio dos Anjos não têm aprovado isso: "É ruim, competitividade se adquire com mais facilidade jogando. Tá certo que ninguém gosta de jogar oito jogos no mês, aí passa a ser muito. A gente até discute muito isso com nossos preparadores físicos e fisiologistas, que seis jogos mensais seria o ideal".

Apesar disso, Hélio garante que sua equipe tem meios para suprir essa necessidade. "A gente procura amenizar, com trabalhos voltados para aumentar um pouco o campo de trabalho, trabalhar não somente a parte tática, mas a parte do conjunto técnico, onde a gente usa o campo no todo. São situações que estamos desenvolvendo, um trabalho um pouco diferente", argumentou. 

"Vejo prejuízo no futebol do clube"

O treinador também apontou que esse fator pode ser um prejuízo até para o clube, fora a questão financeira que também é afetada pelas ausências nas Copas do Nordeste e do Brasil. Segundo ele, com poucos jogos, é difícil testar novos jogadores ou novas ideias, e que o clube fica prejudicado com isso.  

"Vejo prejuízo no futebol do clube, e esse prejuízo é em cima de que? Nós poderíamos ter um elenco com mais jogadores da base, com calendário melhor e consequentemente você 'faria esses jogadores', teria a chance de colocar eles em atividade. Aí é um prejuízo do futebol do clube que muitas vezes atrasa uma revelação, um ativo", ressaltou.

Hélio, entretanto, destaca que já pensa na Série B, quando a frequência de jogos deve aumentar. O treinador garante que o elenco vai chegar com a parte física 'em dia'. "Esse trabalho é muito bem desenvolvido pela área da fisiologia, da preparação física e esse tipo de prejuízo não vamos ter, não vai ter a história de que estamos sem ritmo, ou que fisicamente estamos abaixo porque não jogamos, não. Quando não joga, a gente procura naturalmente reparar com outras formas", concluiu.

Entrosamento

Por outro lado, na visão de quem entra em campo e que chegou recentemente ao clube, o fato de treinar muito e jogar pouco ajuda e muito. Foi o que disse o goleiro Alex Alves.

"Claro que ajuda em termos de treinamento, principalmente para mim que está chegando agora, questão de entrosamento, então quanto mais treinamento para mim é melhor", disse. O goleiro, porém ressalta que um clube 'do tamanho do Náutico' não pode ficar de fora de competições como essa e garantiu que a prioridade é recolocar o time nos torneios.

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