Colômbia: mais de 22.600 casos de zika, 2.800 em grávidas

sab, 06/02/2016 - 18:10

A Colômbia registra 22.612 infectados pelo vírus zika, entre eles 2.824 grávidas, além do forte aumento de Guillain-Barré - de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde neste sábado, com dados de até 30 de janeiro.

Segundo dados oficiais divulgados neste sábado, a síndrome de Guillain-Barré está relacionada a três mortes por causas associadas ao vírus zika, afeta grande parte da América Latina.

"Os casos da síndrome de Guillain-Barré (SGB), diante do número de casos que se tinha anteriormente, (registraram) um aumento de 66%", disse o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em um evento, sem mencionar os mortos com antecedentes de zika e de SGB confirmados na véspera pelo Ministério da Saúde.

"Em relação a casos de bebês nascidos com microcefalia de mulheres que tiveram zika, não se apresentou nenhum único caso", acrescentou Santos.

Apenas nas quatro primeiras semanas de 2016, quase 11.000 pessoas foram contaminadas na Colômbia, o segundo país mais afetado pelo vírus depois do Brasil.

Na sexta-feira, o Instituto Nacional de Saúde confirmou as três primeiras mortes associadas ao zika no país.

Embora, em geral, os sintomas do zika sejam leves - febre baixa, dor de cabeça e articular e erupções na pele -, suspeita-se de que as grávidas possam ter bebês com microcefalia, uma doença congênita irreversível que provoca danos irreparáveis no desenvolvimento motor e cognitivo da criança.

O vírus zika está presente em 205 municípios da Colômbia, 43% deles na região central do país e 20,9% no Caribe, onde se comemora nesta semana o carnaval de Barranquilla.

O departamento de Barranquilla registrou na última semana de janeiro 2.389 casos.

Dos casos notificados, 1.331 foram confirmados por laboratório e 21.281 por sintomas dos pacientes em clínicas. Há também 3.033 casos suspeitos em todo o país.

Entre as grávidas, 330 têm resultados positivos de laboratório. As mulheres concentram 64,8% dos casos.

Na sexta-feira, a ONU pediu que se autorize o aborto em países afetados pelo zika. Já as autoridades colombianas recomendaram aos casais em janeiro que adiem a gravidez entre seis e oito meses.

O zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que também transmite dengue, febre amarela e chikungunya.

Na Colômbia, a previsão é de que haja mais de 600.000 infectados pelo vírus este ano e 500 casos de microcefalia, caso se repita a situação vivida no Brasil, o país mais afetado por esta epidemia, com mais de um milhão e meio de casos.

O vírus se expandirá por todo o continente americano, exceto Canadá e Chile, advertiu a Organização Mundial de Saúde (OMS).

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