Praça do Carmo, em Olinda, é retrato do abandono

No local, há lixo e mato crescido. Os brinquedos destinados às crianças estão quebrados

qui, 12/04/2018 - 18:23

Bancos avariados, coreto com grades danificadas, brinquedos estragados, equipamentos para exercício físico enferrujados e muita sujeira. Isso sem falar na ponte interditada e no mato espalhado por toda parte. É essa a situação da Praça do Carmo, em Olinda. O espaço, localizado na porta de entrada do Sítio Histórico da Cidade Patrimônio, é o retrato do abandono. 

Moradores e visitantes que vão ao local se decepcionam ao se depararem com o descaso público escancarado. O que era pra ser uma gangorra, virou apenas um pedaço de madeira. As outras duas que antes faziam parte do equipamento, agora sequer existem. Os balanços estão com os ferros quebrados e enferrujados. Do escorregador, restou apenas a escada. O coreto histórico, que no ano passado chegou a ser fechado com tapumes pela Prefeitura de Olinda, virou lar para os moradores de rua. E as lixeiras não dão conta da quantidade de lixo acumulado. 

Aos prantos, a pequena Débora Vitória, 2 anos, insistia para que o pai deixasse ela brincar no parquinho. “Não pode. Veja, está tudo quebrado”, tentava argumentar José Ademilson Lucena, 21 anos. Morador do bairro de Águas Compridas, ele acompanhava a esposa em uma consulta médica na Policlínica Barros Barreto, que fica ao lado da Praça do Carmo. Para entreter a pequena, foi até o espaço e ficou frustrado. “É um absurdo. Como a prefeitura deixa o parque chegar num estado desses?”, desabafou José Ademilson. “Ela fica doidinha para brincar, mas não tem condições. Está tudo destruído”, completou. 

Moradora do Sítio Histórico, Yolanda Azevedo participa de um grupo com outros residentes da Cidade Alta para cobrar a reforma da Praça do Carmo. “Nós fizemos duas audiências públicas com a Prefeitura de Olinda e um abaixo-assinado, mas nada foi feito até agora. A praça está abandonada”, reclama. Mãe de uma menina de 9 anos, ela acha arriscado levar as crianças para brincar no espaço. “É uma situação terrível, é uma irresponsabilidade muito grande deixar os brinquedos nessas condições. É perigoso pras crianças brincarem, o risco é sério”, desabafa Yolanda.

A administradora Talita Ponciano mora na Rua do Bonfim e se vê sem opção de lazer na Cidade Alta. “A Praça do Carmo é a única opção que nós temos para levar as crianças para brincar por aqui, e a situação está bem ruim. Muitas vezes recolhemos pedaços do vidro do chão para não machucar as crianças e já encontrei até facas dentro da praça”, relatou. “Hoje em dia frequento bem menos porque fico receosa de levar meu filho lá”, conclui.

O LeiaJa.com entrou em contato com a Prefeitura de Olinda, que informou que desde a terça-feira (10) o local tem recebido ações de limpeza, manutenção e pintura. Em relação aos moradores de rua, a pasta disse que "tem feito ações recorrentes para encaminhamento dessas pessoas em vulnerabilidade até as casas de apoio da cidade", mas que as pessoas acabam voltando para as ruas e praças. Sobre os brinquedos quebrados e a ponte interditada, a prefeitura disse que "está fazendo um levantamento dos custos para que os equipamentos sejam requalificados e que novos sejam instalados". A Prefeitura de Olinda não deu previsão para que os reparos sejam feitos. 

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