Caos:motoristas "lutam" por gasolina no Recife e em Olinda

Na Avenida Norte, Zona Norte da capital pernambucana, o único local com gasolina e álcool disponível gerou um verdadeiro caos no trânsito

por Jameson Ramos sex, 25/05/2018 - 12:31

Recife, 25 de maio de 2018, um dia que possivelmente ficará marcado na cabeça de muitos brasileiros. Sem combustível nas bombas de vários postos de gasolina, centenas de pessoas estão rodando a cidade e Região Metropolitana esperançosas de encontrar um que possa oferecer o líquido. Na Avenida Norte, Zona Norte da capital pernambucana, o único local com gasolina e álcool disponível, gerou um verdadeiro caos no trânsito. Duas filas de carro e moto se estendiam por quarteirões e ao redor deles. 

Jeane Arruda diz que desde a última quinta-feira (24) tenta abastecer a sua moto neste mesmo posto, chamado Serv Norte. “Cheguei aqui ontem às 19h, fiquei até às 3h da madrugada, mas fui embora porque estava muito tarde e começou uma confusão”, informa. Hoje (25), Jeane retornou ao Serv Norte para tentar mais uma vez; sem sucesso. “Hoje cheguei de sete horas da manhã, mas agora (11h) disseram que acabou tudo. Vou fazer o que? Só me resta voltar para casa”, lamentou.

Vindo de Candeias, Jaboatão dos Guararapes, Ozieu de Lima, diz que perdeu um dia de trabalho para tentar garantir a gasolina. “De lá para cá não tinha um posto com reserva do combustível. A esperança é que eu consiga agora encher o tanque da minha moto para que eu consiga trabalhar”, exclama. Ele garante que é muito inviável ter que se deslocar sempre de ônibus. “A moto é meu meio de transporte mais viável. Eu moro muito longe para depender do transporte público”, confirma.

Saindo de Recife e seguindo para Olinda, a equipe de reportagem do LeiaJá encontrou apenas um posto ainda com gasolina disponível, localizado no bairro de Jardim Atlântico. Cobrando R$ 4,49 pela aditivada, motoristas fizeram uma volta ao redor do posto; quilômetros de incerteza. Mas, mesmo assim, as pessoas parecem apoiar a greve dos caminhoneiros, que acabou iniciando toda essa instabilidade momentânea no país. “Está difícil, mas se não for assim a gente não consegue mudar nada. Mesmo passando por dificuldades eu apoio, sim, os caminhoneiros”, pontuou Marco Arcanjo. 

 

Engana-se quem pensa que só carros e motos estavam na fila para garantir o combustível. Diante dessa crise, Charry Alves só sai com a bicicleta no bagageiro do carro. “Já estou preparado, se a caso a gasolina acabar eu pego a minha bike e vou atrás do combustível e de ajuda”. E foi o que ele fez hoje. O técnico de enfermagem deixou o veículo mais próximo do posto, pegou a bicicleta e foi enfrentar a fila. “Se eu não conseguir a gasolina hoje não tem problema, vou de bicicleta para o trabalho amanhã”, finaliza.

 

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