Brasil é um dos países com mais mulheres encarceradas

De 2000 a 2016, a população carcerária feminina aumentou 567%

por Beatriz Gouvêa qua, 07/11/2018 - 14:48

Entre 2000 e 2016, a população carcerária feminina aumentou 567%. Se levadas em considerações dados atuais até 2018, o aumento pode chegar a 700%. Este número faz com que o Brasil tenha uma das maiores populações carcerárias femininas do mundo. O estudo é da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (Dapp/FGV).

Em 2016, as prisões brasileiras tinham 42.355 mulheres, ou seja, se analisadas as ocorrências de prisões a cada 100 mil mulheres, o Brasil chega a 40,6, perdendo para os Estados Unidos (65,7) e Tailândia (60,1).

Os estados com maior encarceramento de mulheres são Mato Grosso do Sul (11,3%), Amazonas (9,2%), Rondônia (8,2%), Acre (7,1%) e Roraima (6,7%). Ainda de acordo com a pesquisa, 62% das prisões de mulheres têm relação com o tráfico de drogas, contra 26% dos homens. "Grande parte das mulheres encarceradas trabalha na baixa hierarquia do tráfico. Não são grandes gerentes e com alta periculosidade. Penas alternativas poderiam ser pensadas", afirmou a pesquisadora Danielle Sanches, responsável pelo levantamento.

Em muitos casos, as penitenciárias femininas são mistas, em que há tanto homens quanto mulheres, sendo 17%, e 7% são exclusivamente femininas.

Além disso, 90% das prisões mistas e 49% das exclusivamente femininas foram julgadas inadequadas para gestantes encarceradas. As prisões mistas têm menos berçários e/ou centros de referências para mulheres (3%), já as exclusivas contém 32%. Sobre existência de creches, não há em penitenciárias mistas, e as femininas continham em 5% dos casos. Porém, 64% das mulheres encarceradas têm ao menos um filho.

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