Defesa Civil interdita complexo comercial do Jurunas
Laudos apontam falta de estrutura e risco de acidentes no mercado localizado na periferia de Belém. Feirantes são remanejados para área externa.
A Defesa Civil Municipal interditou o Complexo de Abastecimento do Jurunas, em Belém, na segunda-feira (7). Segundo os laudos elaborados por técnicos, existem diversos fatores na estrutura que podem gerar acidentes dentro do mercado.
A decisão de interdiar o complexo se deu a partir de um chamado para que a Defesa Civil analisaasse a estrutura do mercado, que estava estalando. “Nós ligamos porque começou a estalar todinho o mercado”, declarou Ana Maria, comerciante do espaço.
A chuva é um fator que constantemente interfere na vida dos trabalhadores do complexo do Jurunas, espaço onde funcionam feira e centro de abastecimento de alimentos, na periferia da capital paraense. “Quando chove, molha tudo. Só lá na frente que ainda não está tão precário. Estava, porque tinha um buraco imenso lá. Houve um incêndio e o buraco durou quase quatro anos”, relatou Maria José Palheta, feirante do complexo que trabalha com produção de refeições.
O cenário se agravou com o decorrer do tempo e apenas algumas medidas paliativas foram tomadas, após as últimas eleições municipais, para acudir os vendedores que se utilizam do espaço. Segundo uma comerciante, a debilidade em diversos setores do local afetou de maneira gradativa as vendas. “Caíram muito as nossas vendas, faz uns dois anos. E agora caiu mais. (A população) Está deixando de vir aqui, porque tem medo que o mercado caia”, observou Ana Maria.
Desde o ano de 2015 há a previsão para a execução do projeto de reforma geral do complexo. Contudo, somente no final desse mês ocorrerá o processo de licitatório.
A coordenadora da Defesa Civil de Belém, Carol Rezende, disse que a interdição demonstra a preocupação diante de riscos à vida das pessoas por conta das ameaças que a estrutura manifesta. “Temos um laudo que atesta possibilidade de acidentes, com possível desabamento da estrutura. Não podemos deixar as vidas de quem trabalha e circula por este mercado ficarem expostas a risco de acidentes e, na pior das hipóteses, até de morte. Por isso a interdição e o remanejamento dos feirantes é urgente”, avaliou Carol.
Atualmente estão sendo instaladas barracas provisórias na área externa do complexo, para onde os trabalhadores serão remanejados. As primeiras 100 barracas seriam destinadas para os bares, vendedores de comidas prontas e peixeiros.
Alguns donos de bares, entretanto, relataram que solicitaram a preparação de uma estrutura um pouco mais elaborada por conta dos seus equipamentos. “Elas (as barracas) não possuem estrutura para pormos as nossas coisas dentro, principalmente porque nós trabalhamos com fogão, botijão e freezer. Não temos estrutura para ficar nessas barracas. Mas eles já deram permissão para que nós construíssemos barracas ali (na área externa)”, explicou Ana Maria.
Os moradores e vendedores estão torcendo para o início da reforma do mercado para que haja a normalização dos serviços. “Vai ficar bonito”, disse Antônio Carlos Rangel, feirante.
Por Wesley Lima.