Jovem perde útero e fica em estado vegetativo após parto

Mirene teve uma gestação considerada normal segundo os exames realizados durante o pré-natal

sex, 22/03/2019 - 12:49

Uma baiana de 19 anos ficou em estado vegetativo após um parto malsucedido em um hospital de Araci, a 454 km de Salvador, no nordeste da Bahia, que resultou na retirada do seu útero após apresentar um quadro de inversão uterina. A informação foi divulgada pelo UOL.

O caso de Mirene Santos da Silva, aconteceu há oito meses no Hospital Municipal Nossa Senhora da Conceição, mas só foi divulgado agora após a família procurar o Ministério Público da Bahia, na quarta-feira (20), para solicitar que a Prefeitura de Araci divulgue o prontuário médico da paciente.

De acordo com a família de Mirene, ela saiu do hospital com a placenta e o útero expostos. A prefeitura de Araci nega que isso tenha ocorrido e disse ainda estar auxiliando os parentes, mas não deu detalhes sobre o relatório médico, nem explicações sobre o motivo do documento não ter sido divulgado.

Mirene teve uma gestação considerada normal segundo os exames realizados durante o pré-natal. Quando completou 39 semanas de gravidez, ela sentiu contrações leves e foi levada ao hospital, sem o rompimento da bolsa. O bebê do sexo masculino nasceu com saúde e apresenta desenvolvimento compatível para oito meses, segundo a família.

O marido, Gean Guimarães da Silva, 21, disse que o parto era para ter sido cesárea, mas insistiram em realizar um parto normal, mesmo com o útero dela estando invertido. Segundo ele, o útero ficou retorcido e foi arrancado, e ela perdeu muito sangue.

Após o parto a jovem foi transferida para o Hospital Estadual da Criança (HEC), em Feira de Santana (BA), onde além da hemorragia, teve parada respiratória de dez minutos e convulsões. Mirene vive atualmente em estado vegetativo, apenas com as funções autônomas do corpo (respiração, batimentos cardíacos e funcionamento do intestino), mas sem interagir com o meio exterior.

Segundo a família, Mirene passou 15 dias entubada e seus únicos movimentos são abrir os olhos, chorar e rir. A família possui renda fixa de R$ 290 por mês do Bolsa Família e critica a falta de um enfermeiro para acompanhar jovem 24 horas por dia. Sem essa ajuda, Gean não consegue sair para trabalhar e precisa dividir os cuidados da filha com uma irmã.

Por Waleska Andrade

COMENTÁRIOS dos leitores