Polícia prende acusados de fraudar vestibular de medicina

De acordo com investigações, bando cobrava entre R$ 80 mil e R$ 120 mil por vaga

por Daiane Crema sex, 12/04/2019 - 18:30

Na manhã da última sexta-feira (12), a Polícia Civil, em parceria com o Ministério Público, iniciou a Operação Asclépio, em Presidente Pudente, interior de São Paulo. A ação quer combater a organização criminosa investigada por vender vagas em vestibular para o curso de medicina. Ao todo, 17 pessoas foram detidas em cumprimento a mandados de prisão temporária.

Segundo a Polícia Civil, as investigações começaram após apuração de denúncia de um eventual esquema de fraude no vestibular para medicina da Fundação Educacional do Município de Assis (Fema), em abril de 2017. De acordo com as investigações, o bando cobrava entre R$ 80 mil e R$ 120 mil por vaga. 

A direção da instituição relatou que terceiras pessoas haviam se passado por cinco candidatos inscritos e realizaram as provas no lugar deles. A Vunesp, fundação organizadora do vestibular da Fema, relatou inconsistências nas identificações datiloscópicas, assinaturas nas folhas de respostas e nas imagens captadas dos candidatos aprovados. Após o episódio, um inquérito foi instaurado para apurar os crimes de organização criminosa, estelionato e falsificação de documento público. 

A operação contou com a participação de 350 policiais civis, que tiveram apoio de policiais de Minas Gerais e promotores do Estado de São Paulo. Além do cumprimento dos mandados de prisão temporária, também foram executados 55 mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos documentos, dinheiro em espécie, cheques, motocicletas e veículos de luxo. 

A organização criminosa se estruturava em três frentes, o núcleo de coordenação, o de captação de clientes e o dos intermediários, que facilitam o esquema fraudulento dentro das universidades. Uma das instituições que teriam sido envolvidas no esquema é privada e fica localizada no município de Fernandópolis, também no interior de São Paulo. 

A Polícia Civil e o Ministério Público seguem com a investigação para apurar se há outras instituições afetadas e quais são os alunos que teriam se beneficiado do esquema fraudulento.

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