MPPE investiga 'possíveis excessos' da PMPE na Paraíba

Operação após morte de policial militar no Agreste de Pernambuco resultou em oito suspeitos assassinados

qua, 17/07/2019 - 09:50
Reprodução/WhatsApp Corpos foram empilhados nas caçambas dos veículos Reprodução/WhatsApp

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) está acompanhando as investigações do assassinato do policial militar André José da Silva, morto durante confronto com criminosos em Santa Cruz do Capibaribe, Agreste de Pernambuco. O órgão também investiga "possíveis excessos" cometidos por policiais pernambucanos durante ação em conjunto com a polícia da Paraíba no dia seguinte ao assassinato do policial, em que oito suspeitos foram assassinados em solo paraibano.

O PM André José da Silva estava a serviço do 24º Batalhão da Polícia Militar (BPM) no dia 2 de julho a bordo de uma viatura. Durante as rondas, houve uma investida contra um estabelecimento comercial. Em intensa troca de tiros, André José da Silva foi morto e o sargento Moacir Moreira da Silva ficou ferido.

Os mortos na Paraíba foram identificados como Marcela Virgínia Silva do Nascimento, 32 anos; José Pedro Agostinho da Silva, 30; Manoel José de Lima, 37; Adson Berigue de Lima, 29; José Adson de Lima; idade não informada; Reniere Alves de Souza; 32; Wedy Souza Vieira, 22; e um adolescente de 17 anos. Andson Berigue de Lima era vereador em Betânia, município do Sertão pernambucano. A Polícia Militar de Pernambuco afirma que o grupo foi baleado após atirar contra a equipe policial.

Chamou a atenção na operação policial a forma como os corpos foram tratados. Eles foram jogados em pilhas em cima de caçambas de picapes, visíveis para a população, que fez registros e, de maneira geral, celebrou a ação policial. 

De acordo com o MPPE, está havendo intercâmbio de informações com o Ministério Público da Paraíba (MPPB). O objetivo é fornecer o subsídio necessário para auxiliar na elucidação dos fatos relacionados à morte do grupo de oito pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato do policial.

O Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH-PB) emitiu uma nota pública repudiando a postura dos policiais. Segundo o texto, o tratamento dado ao ocorrido foi um "espetáculo macabro de manipulação e exibição de cadáveres, em total desacordo com as regras de conduta da atividade policial, excedeu todas as raias da legalidade".

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