Histórias de namoro pela internet e com final feliz

É cada vez mais comum que casais sejam formados via tela de computador ou celular. Anna Ruth e Joaziel, Ana Blanco e Jonas Junnior, Thayanne Galeão e Gustavo Marana são prova disso.

qui, 11/06/2020 - 17:10

O mundo virtual mudou bastante o comportamento dos indivíduos, especialmente quando o assunto é a possibilidade de conhecer novas pessoas e a paquera. Foi-se o tempo em que admitir que se apaixonou por alguém que conheceu pela internet era algo incomum.

Com a rotina cada vez mais conectada, nada mais normal que os relacionamentos também começarem virtualmente. Tinder, Facebook, Instagram, Bate-papo da UOL, Badoo e até sala de jogos on-line são algumas de muitas opções para quem deseja navegar nas horas vagas para se distrair com uma boa conversa e quem sabe ter a possibilidade de encontrar a cara-metade.

Em atividade até os dias atuais, o Bate-papo da UOL surgiu em 1996 e é considerado o primeiro e mais conhecido chat dedicado a namoro. Já o extinto MSN, criado em 1999, não tinha necessariamente o mesmo objetivo, mas também foi utilizado para criar laços afetivos.

Casados há 11 anos, a agente de segurança Anna Ruth e o taxista Joaziel se conheceram na sala de bate-papo da UOL em 2007. Na época, Anna Ruth não tinha a intenção de arranjar relacionamento sério, pois tinha terminado uma relação de 12 anos. “Nunca fui uma pessoa que costumava sair para eventos e baladas. Entrei no chat despretensiosa, apenas com a intenção de conhecer pessoas novas e fazer amizade”, afirma.

“Na sala de bate-papo as pessoas se chamavam para conversar entre elas. O Joaziel iniciou a conversa, ficamos trocando informações e falamos sobre o que gostávamos de fazer. Eu achei a conversa bem agradável! Saímos do chat da UOL e fomos para uma mais reservada, o MSN, lá poderíamos postar foto e visualizar quem a pessoa realmente era. Eu e ele sempre fomos verdadeiros desde o início com a nossa identidade”, conta Anna Ruth.

A agente de segurança confessa que tinha receio de conhecer pessoas pela internet, porque sabia que existiam muitos golpes e situações falsas. “No mundo virtual, cada um é o que quer ser e você pode fantasiar uma pessoa que não existe. Na época, minha filha tinha 10 anos e existia o receio de me envolver com alguém que não sabia a história e colocar a segurança dela em risco”, afirma Anna Ruth. “Justamente por isso demorei dois anos conhecendo o Joaziel pela a internet e conversando por telefone para ter certeza que ele era uma pessoa séria”, complementa.

“O nosso primeiro encontro foi na Estação das Docas. Tivemos um final da tarde muito agradável e a primeira impressão dele foi a melhor possível. Foi apenas uma questão física, de se abraçar e ficar juntos, mas já nos conhecíamos bastante e sabíamos quem éramos e o que gostávamos de fazer”, afirma a agente de segurança.

O casal namorou a distância por duas vezes. Primeiro, quando Anna Ruth, em 2010, teve que ir trabalhar em São Luís; e em 2012, quando Joaziel começou a trabalhar em uma empresa que precisava manter viagem constante e ficar em média dois meses fora de Belém. “Continuamos o nosso namoro mesmo a distância. Conversávamos todos os dias por telefone e internet para matar a saudade”, diz Anna Ruth. 

 “Normalmente, não comemoramos o Dia dos Namorados juntos, porque eu trabalho por escala e nem sempre estou de folga na data. Mas este ano é diferente, eu estarei de folga e vamos comemorar juntos, em casa mesmo, irei preparar um lanche especial para nós dois”, afirma a agente de segurança.

Os brasileiros estão em segundo lugar no ranking de países que mais utilizam o Tinder, um dos recursos tecnológicos e aplicativos mais famosos quando o tema é paquera. Segundo dados divulgados pela a empresa, o número de “matches” ─ a combinação quando duas pessoas se curtem  ─ dados por homens e mulheres no Brasil está acima da mundial.

Ana Blanco e Jonas Junnior se conheceram pelo Tinder, em maio de 2016, e estão juntos há três anos e dois meses. “Ele tinha dado match no meu perfil e começamos a conversar, mas eu estava no Tinder para conhecer várias pessoas. Então, não rolou muito envolvimento de primeira e cada um seguiu o seu rumo”, conta Ana Blanco.

“Em fevereiro de 2017, o Jonas me chamou no inbox do Instagram e começamos a conversar. Ele tinha terminado com uma menina na época e eu também tinha saído de um relacionamento ruim. Dei o meu número para ele e começamos a conversar, todos os dias ele me ligava e ficávamos até de madrugada jogando conversa fora. Marcamos de sair no final de fevereiro, e desde então, estamos juntos”, afirma Ana Blanco.

O primeiro encontro do casal foi na Estação das Docas. Eles foram almoçar juntos no Retiro da Sé, restaurante do qual a mãe de Jonas é uma das donas. Para eles, a história é muito engraçada, mas rende boas lembranças. “Quando finalmente nos encontramos, fiquei bastante nervosa. Ele me levou para conhecer a mãe dele, e pensei no quanto ele era louco de fazer isso, mas fomos conversando e ele me deixou confortável”, conta Ana Blanco. “Notei o quanto ele era atencioso, gostava de ouvir, fofo, educado e engraçado. Ele sempre uma ótima pessoa”, complementa.

O casal namorou a distância por dois anos quando Ana passou no vestibular antes do primeiro ano de namoro deles e se mudou para o Rio Grande do Sul para estudar, e Jonas fez intercâmbio. “Foi um período muito difícil, mas a gente superou. Hoje em dia, estamos passando a quarentena juntinhos”, afirma Ana Blanco.

Para comemorar o Dia dos Namorados, Ana Blanco e Jonas Junnior pretendem fazer algo especial para celebrar o primeiro ano que eles vão passar a data juntos. “Temos o costume de fazer coisas em casa, por exemplo, como cozinhar. O nosso plano é fazer um jantar na laje de casa”, afirma Jonas Junnior.

Thayenne Galeão é acadêmica de Medicina Veterinária e paraense, e o Gustavo Marana é acadêmico de Administração e paulista, eles estão juntos há cinco anos e dois meses. O casal se conheceu no ambiente on-line do Console Playstation 3. “Comecei a jogar on-line com 14 anos de idade. Fiz muitas amizades inclusive, com o Lucas, que é de São Paulo, e em uma partida do jogo conheci o Gustavo, que era bastante amigo dele. Nós nos aproximamos e sempre tivemos um carinho mútuo e respeito. Desde então, começamos a conversar todos os dias e criar laços afetivos”, conta Thayenne Galeão.

“Quando completei os meus 17 anos fiz prova de vestibular para a Universidade Adventista de São Paulo (UNASP) e fui aprovada. Em março, eu e o Gustavo marcamos de nos conhecer e foi muito lindo”, afirma Thayenne Geleão. “No feriado que tivemos em abril, nós viajamos para Cubatão, município de São Paulo, com a intenção de conhecer os meus amigos que jogavam comigo e com ele. Na noite do dia 19 de abril, ele me pediu em namoro e eu aceitei”, complementa.

Por conta dos acasos da vida, Thayanne teve que voltar para Belém em julho, o namorado ficou em São Paulo e eles começaram a namorar a distância. “Ele ficou desesperado quando contei que não conseguiria voltar para São Paulo. O Gustavo acabou vindo para Belém com a família de ele conhecer a minha e no final deu tudo certo”, afirma a universitária.

“Depois de três meses ele veio para Belém de novo e acabamos criando esse ciclo de se ver de três em três meses e sempre intercalamos. Se eu passar o ano-novo com a família dele, no próximo ano ele vem passar com a minha. Eu vou em janeiro para São Paulo e ele vem em julho para Belém. Às vezes, a gente se vê até antes de três meses, mas dependemos muito dos preços das passagens aéreas”, conta Thaynne Galeão.

Para matar a saudade o casal costuma conversar todos os dias por WhatsApp, se ligar e ainda joga junto com os amigos de anos atrás. “Nós trabalhos e estudamos, sempre tentamos dar atenção um para o outro e se fazer mais presente do que nunca, principalmente por sabermos que, às vezes, passamos por muito estresse no dia a dia. Nós amamos muito e temos um respeito muito grande e admiração pelo outro”, afirma a universitária.

“A pandemia atrapalhou os nossos planos para o Dia dos Namorados, porque já estamos há mais de seis meses sem nos ver e provavelmente vamos ficar mais um tempo, pois não podemos viajar”, afirma Thayanne Galeão. “Vou ficar presente no Dia dos Namorados e tentar fazer uma surpresa para ele, enviar alguma lembrancinha para a casa dele, porque é de costume a gente enviar algo sem que o outro espere. Eu nunca deixo passar em branco e prezo muito essas datas especiais, apesar de já ser o quinto ano juntos, parece que é o primeiro dia dos namorados com ele”, complementa.

Por Amanda Martins

 

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