Fortaleza controla pico e reduz curva de contaminação
Especialistas comemoram o fim da pior fase, no entanto, garantem que a pandemia está longe de ser totalmente resolvida
Após sofrer com um dos surtos mais intensos do novo coronavírus no Brasil, a cidade de Fortaleza registrou uma queda na curva de contágio, e reduziu o número de internações, casos e óbitos. Especialistas comemoram que a pior fase já passou, mas alertam que a pandemia está longe do fim na capital cearense.
Com o acúmulo de mais de 30 mil infectados e 2.848 mortes em razão da Covid-19; no último domingo (7), Fortaleza conseguiu passar 24h sem internar pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). No dia 10 de maio, a rede de saúde local atendeu 2.139 pacientes em 24h. Cerca de um mês depois, no dia 9 de junho, apenas 569 atendimentos foram realizados.
"Estimamos que o platô de casos ocorreu durante 20 dias, entre 19 de abril e 9 de maio. Já o pico de óbitos durou um pouco mais, de 3 a 27 de maio", afirmou o infectologista Antônio Silva Lima Neto, que integra o comitê científico do Consórcio Nordeste e da Secretaria de Saúde de Fortaleza. A diminuição pode ser explicada porque, normalmente as mortes ocorrem após cerca de dez dias de internação.
O levantamento Epocovid19, coordenado pela Universidade de Pelotas, considera que Fortaleza tenha a terceira taxa mais alta de infecção, com 15,6% da população contaminada. A Secretaria Municipal de Saúde ainda aguarda o resultado da avaliação de quantas pessoas já se infectaram. "A gente espera um resultado entre 13% e 15%, maior do que em Wuhan [onde surgiu a doença, na China], e se aproximaria de Londres em termos de pessoas que já produziram anticorpo", espera o infectologista.
Com a retração nos números da doença, o isolamento social começou a ser flexibilizado e as atividades econômicas começaram a ser retomadas gradualmente desde o dia 1º de junho.