Ex-diretor de penitenciária e delegado são presos pela PF

Operação Alegria investiga esquema de corrupção para beneficiar presos por meio de pagamento de propina. Também houve prisão de policiais penais e advogados

qui, 08/10/2020 - 11:22
Reprodução/Google Street View Crimes eram praticados principalmente na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem-MG Reprodução/Google Street View

Um ex-diretor de penitenciária, um delegado e um advogado estão entre os presos na Operação Alegria, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (8) em Minas Gerais. A operação investiga um esquema de corrupção para beneficiar presos por meio de pagamento de propina a servidores e advogados.

Ao todo, são cumpridos 29 mandados de prisão e 45 de busca e apreensão em Belo Horizonte e mais 14 cidades do estado. Os mandados são para cinco parentes de presos, seis advogados, 13 detentos e cinco servidores públicos. Entre os servidores, estão Rodrigo Malaquias, ex-diretor da Penitenciária Nelson Hungria, o delegado da Polícia Civil Leonardo Estevam Lopes e três policiais penais.

De acordo com as investigações, presos de alta periculosidade eram transferidos de forma indevida mediante pagamento. Com a propina, os detentos seguiam para alas ou pavilhões com benefícios. Os servidores públicos e advogados são acusados de negociar a entrada de itens não permitidos.

A polícia identificou crimes praticados pela organização criminosa principalmente em duas unidades prisionais na Região Metropolitana  de Belo Horizonte. O nome da operação, "Alegria", é uma alusão à forma como os integrantes do grupo criminoso se referem ao estabelecimento.

São investigados os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, concussão e organização criminosa. A organização estaria atuando há um ano e só um servidor teria lucrado em torno de R$ 2 milhões no período.

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