Desemprego em PE iguala pior média histórica: 18,8%

Dez estados brasileiros tiveram alta no desemprego no terceiro trimestre, e Pernambuco teve o segundo maior crescimento percentual entre eles

por Vitória Silva sex, 27/11/2020 - 15:48
Divulgação/Fernando Madeira Estado pulou para a 5ª posição entre as unidades da federação com o maior índice de desemprego Divulgação/Fernando Madeira

A taxa de desocupação em Pernambuco alcançou os 18,8% da população de 14 anos ou mais no terceiro trimestre de 2020, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi igual ao do segundo trimestre de 2017, registrado como o mais alto de toda a série histórica do levantamento.

Em relação ao trimestre anterior deste ano, houve um aumento de 3,8 pontos percentuais, quando a taxa foi de 15%. Entre as dez unidades da Federação que tiveram alta no desemprego, Pernambuco teve o segundo lugar maior percentual, empatado com o Amapá e atrás apenas da Paraíba, com uma diferença de quatro pontos percentuais.

O resultado deste trimestre fez com que o estado pulasse da 9ª para a 5ª posição entre as unidades da federação com o maior índice de desemprego do Brasil, atrás da Bahia, Sergipe, Alagoas e Rio de Janeiro. O percentual também é superior à média nordestina, de 17,8% e à média nacional, que chegou a 14,6%.

A gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita, cita a pandemia e a desestimulação do trabalhador na retomada das atividades como os fatores mais influentes para o novo resultado.

“O aumento na taxa de desocupação tem dois componentes que devem ser considerados. Um deles é o contingente da força de trabalho que estava ocupado no trimestre anterior e perdeu seu posto. O outro é a parcela da população que já estava desocupada, mas não buscou ocupação por conta da pandemia. Com a retomada das atividades econômicas, esses trabalhadores se sentiram estimulados a buscar novas oportunidades no mercado”, avalia a analista.

No estado, 684 mil pessoas de 14 anos ou mais procuraram emprego, mas não conseguiram encontrar no período de abrangência da pesquisa, entre julho, agosto e setembro, quando as medidas de distanciamento social no estado por conta da pandemia do novo coronavírus começaram a ser flexibilizadas.

No segundo trimestre de 2020, eram 533 mil pessoas na mesma situação, uma variação de 28,3%, o equivalente a 151 mil postos de trabalho que deixaram de ser ocupados.

Os números da PNAD em Pernambuco também mostram mais uma queda no nível da ocupação, indicador que mede o percentual da população ocupada em relação às pessoas em idade de trabalhar. O indicador chegou ao menor nível da série histórica, no terceiro trimestre, com 37,8%.

O gráfico de acompanhamento da informalidade também registra crescente no estado, com taxa que chega a 48% entre a população ocupada. O número soma 1,41 milhão de pessoas no agregado de julho, agosto e setembro, e  deixa o estado com a 8º proporção mais alta de informais no Brasil.

No 2º trimestre, os trabalhadores na informalidade eram 1,36 milhão de pessoas, ou 45,4% da população ocupada. O Brasil, por sua vez, tem uma taxa de informalidade quase dez pontos percentuais mais baixa: 38,4%.

De acordo com Fernanda Estelita, “as atividades informais têm sido uma alternativa à população, uma vez que a criação de vagas formais não consegue absorver todos os que buscam ocupação. Nesse contingente, estão também contabilizados os pequenos empreendedores que viram na crise oportunidades de geração de renda.”

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