Pastores são indiciados por crimes sexuais em Sergipe

Os acusados, aproveitando-se da condição de líderes religiosos, constrangiam mulheres que frequentavam a igreja

qua, 26/05/2021 - 15:34
Reprodução/Facebook/QuadrangularJardins O pastor Luiz Antônio, em culto na sua Igreja em 2020 Reprodução/Facebook/QuadrangularJardins

A Polícia Civil de Sergipe indiciou os pastores Luiz Antônio e Lucas Abreu, seu filho, em investigação que apurou as denúncias de assédio sexual contra mulheres que frequentavam uma igreja em Aracaju. O procedimento investigativo foi detalhado na manhã desta quarta-feira (26).

O pastor Luiz Antônio foi indiciado por uma prática de violação sexual mediante fraude. Já o pastor Lucas Abreu foi indiciado por assédio sexual, violação sexual mediante fraude e estupro de vulneravel.

“O boletim de ocorrência informava que os pastores, aproveitando-se da condição de líderes religiosos, constrangiam mulheres que frequentavam a igreja. O registro foi encaminhado à Delegacia de Atendimento à Mulher, que instaurou inquérito policial. Como duas vítimas eram adolescentes à época dos fatos (uma tinha 13 anos e a outra 15), a Delegacia Especial de Atendimento à Criança e ao Adolescente Vítima instaurou um outro inquérito policial”, detalhou a delegada Mariana Diniz.

“Estudos bíblicos”

Segundo a polícia, o pastor Lucas Abreu era líder do grupo de adolescentes da igreja, que se reunia aos finais de semana para estudos bíblicos e atividades religiosas, onde supostamente ocorriam as práticas libidinosas.

“Não foram denúncias iguais, foram situações diferentes. Nós ouvimos 22 pessoas, inclusive dois fora do Estado, entre noticiantes, testemunhas e investigados. Separamos os inquéritos para apurar as condutas de cada um dos investigados. É importante ressaltar que a demora na denúncia causa mais dificuldades para investigarmos os casos, se tratando de qualquer crime, principalmente de crimes sexuais e que não deixam vestígios”, salientou a delegada Renata Aboim, que informou que as práticas ocorreram há pelo menos três anos, sendo o fato mais recente acontecido em 2018.

Ainda podem aparecer novas denúncias

O Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) reiterou que outras possíveis vítimas podem comparecer à unidade policial para o registro das ocorrências e eventual continuidade das investigações. Os dois inquéritos policiais já foram encaminhados ao Ministério Público.

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