Morte de Thomas Edison completa 90 anos

Para especialista em tecnologia, seu maior legado foi transformar o desenvolvimento tecnológico em um negócio lucrativo, mesma estratégia seguida por empresários de corporações globais atualmente

por Alfredo Carvalho seg, 18/10/2021 - 19:01
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 Nesta segunda-feira (18), completa-se 90 anos da morte do inventor e empresário Thomas Alva Edison (1847-1931), responsável por patentear diversas invenções, que se fazem presente até os dias de hoje na vida humana, entre elas, a lâmpada elétrica.

Edison também foi uma figura importante na área de telecomunicações, uma vez que conseguiu otimizar outras invenções, como o telefone, concebido pelo inventor italiano Antonio Meucci (1808-1889) e a maquina de datilografia, do padre Francisco João de Azevedo (1814-1880).

De acordo com o especialista em tecnologia, José Pacheco, Edison foi um empresário brilhante do século 19, que possuía capacidade de criar novas tecnologias a partir de seus conhecimentos avançados de ciência. “Seu mindset pode ser comparado aos dos empresários de sucesso do Silicon Valley desse século”, afirma.

Para Pacheco, o legado de Edison foi o fato de ter sido um dos pioneiros a transformar o desenvolvimento de novas tecnologias em um negócio lucrativo, além de reinvestir seus lucros para conceber outras invenções e conquistar mais  rendimentos. “Seus passos foram seguidos por homens como Steve Jobs (1955-2011), Jeff Bezos e Elon Musk”, destaca.

Pacheco lembra que Edison teve uma grande rivalidade com o inventor Nikola Tesla (1856- 1943), com o  qual disputou para definir um padrão de distribuição e o uso da energia elétrica. Na ocasião, Edison defendia a corrente contínua e Tesla a corrente alternada. “Podemos dizer que essa disputa acabou empatada, pois hoje a energia que chega no carregador de nossos celulares vem com corrente alternada e daí seque até nosso dispositivo como corrente contínua”, explica.

Embora tenham empatado em suas teorias, Pacheco ressalta que Tesla foi derrotado no aspecto financeiro, pois precisou vender sua patente, ao mesmo tempo em que Edison continuou com o alto faturamento de suas criações.

Segundo Pacheco, é difícil calcular o atual impacto que as invenções de Edison trouxeram as tecnologias atuais. “O fato é que é Edison foi um importante tijolo no muro que constitui o desenvolvimento humano. Ao olhar para sua história sob a perspectiva do século 21, sua forma de transformar ciência em tecnologia e lucro é seu principal legado”, finaliza.

 A contribuição de Edison para a indústria do cinema

Edison foi responsável por liderar o projeto que deu vida ao cinetoscópio em 1891, um projeto do  qual também participou o inventor William Kennedy Laurie Dickson (1860-1935). O aparelho, se destacava por apresentar imagens em movimentos. Mais tarde, ele foi aperfeiçoado pelos irmãos Auguste Lumière (1862-1954) e Louis Lumière (1864-1948), que o batizaram de cinematógrafo.

Para a cineasta Janaina Reis, a invenção de Edison causou uma revolução na relação do homem com as imagens. “O audiovisual é uma arte mediada por essa tecnologia, que quanto mais evolui, mais a gente fica  fascinado pelas novas maneiras de captar essas imagens e contar histórias por meio delas”, comenta.

Janaina salienta que nos dias de hoje, o mundo vive imerso pelas imagens em movimento, que pode ser visto no cinema digital. Diante desta realidade, a cineasta explica que pontapé inicial foi o cinetoscópio de Edison. “O cinema é uma arte mediada por tecnologia, mas é uma invenção que vem do fascínio das pessoas por esses inventos”, define.

Ela defende que embora Edison tenha tido um importante papel na indústria audiovisual, os créditos também devem ser atribuídos a diversos cineastas e pessoas envolvidas na produção cinematográfica. 

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