Rússia enviará tropas após protestos no Casaquistão

O presidente do Casaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, destituiu o governo e declarou ontem estado de emergência

qui, 06/01/2022 - 08:08

Soldados de uma aliança de ex-repúblicas soviéticas, liderada pela Rússia, serão enviados ao Casaquistão para ajudar a estabilizar o país após protestos em massa que resultaram na morte de oito policiais e militares, segundo o Ministério do Interior Cazaque.

O presidente do Casaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, destituiu o governo e declarou ontem estado de emergência. Ele pediu ajuda à Rússia para controlar os distúrbios provocados pelo aumento do preço dos combustíveis. Segundo ele, grupos terroristas receberam treinamento no exterior para desestabilizar o país.

Aliança

A Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC) é uma aliança militar liderada pela Rússia e integrada por outras cinco ex-repúblicas soviéticas: Armênia, Belarus, Casaquistão, Quirguistão e Tajiquistão.

As manifestações começaram no domingo, 2, e se estenderam, na terça-feira, 4, a Almaty, maior cidade do país, quando cerca de 5 mil pessoas foram dispersadas pela tropa de choque da polícia com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.

Ontem, milhares manifestantes invadiram a sede da administração de Almaty. Jornais locais disseram que os manifestantes seguiram rumo à residência presidencial na cidade, e ambos os edifícios foram incendiados.

A crise é o maior desafio enfrentado pelo regime estabelecido pelo ex-presidente Nursultan Nazarbayev, que dirigiu o país até 2019, mas continua exercendo grande influência. A Rússia, país-chave para a economia do Casaquistão, defendeu que a crise fosse resolvida pelo diálogo. Em Washington, a Casa Branca pediu moderação.

Os protestos começaram depois que o governo suspendeu os controles de preços do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) no início do ano. Muitos cazaques converteram seus carros para funcionar com GLP devido ao baixo custo. Ao gabinete interino, Tokayev ordenou que seja restabelecido o preço do gás, da gasolina, do diesel e de outros combustíveis. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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