Alunas da Unesp denunciam professor por assédio sexual

A Unesp informou que está atenta e acompanhando as manifestações dos estudantes

por Elysa Assis sab, 02/07/2022 - 13:25
Reprodução Mensagens expostas na instituição Reprodução

Estudantes da Universidade Estadual de Paulista (Unesp), em Bauru, acusam o professor do departamento de Ciências Humanas, Marcelo Magalhães Bulhões de assédio sexual. As manifestações contra o docente foram expostas em cartazes espalhados pela instituição. 

Nas redes sociais e no campus da universidade, foram divulgados cartazes com fotos do professor e supostas mensagens de cunho sexual enviadas para uma das alunas. As estudantes também criaram um abaixo-assinado no site Petição Pública para pedir a exoneração do professor.

Em nota, a Unesp informou que está atenta e acompanhando as manifestações referente a conduta inadequada por parte do docente. “Cabe esclarecer que em 2017 foi instaurada uma apuração preliminar de natureza investigativa a partir de denúncias de assédio do docente mencionado nos cartazes. Tal processo culminou em uma sindicância administrativa contra este servidor, finalizada em 2018. A comissão sindicante, à época, indicou o arquivamento dos autos com recomendações, tais como instauração de mecanismos para fomentar medidas educativas e elucidativas sobre assédio”.

A Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação e Design (FAAC), disse em nota, que repudia toda e qualquer prática de assédio, e ressalta a importância da formalização de denúncias.  

Na íntegra, o docente nega todas as acusações. Confira o posicionamento do professor:

“Foi com estarrecimento que fiquei sabendo que cartazes foram afixados no campus com teor acusatório a mim. Estou ainda chocado. De modo semelhante, foi com enorme e desagradável surpresa que em 2019, em postagem no Facebook, recebi uma acusação de assédio. Naquela altura, ao tomar conhecimento que um coletivo da Unesp havia feito acusações com esse teor, solicitei uma reunião com o grupo de alunas. Elas recusaram o diálogo. Solicitei essa reunião por, naquela altura, estar totalmente perplexo diante das acusações. Uma comissão de sindicância foi, então, constituída pela FAAC – Unesp. Após um processo de investigação, o arquivamento do processo se fez precisamente por afiançar que nenhuma ação do teor de assédio foi por mim cometida. No curso do processo, aliás, recebi depoimentos de incondicional apoio e elogio ao meu profissionalismo, escrito por dezenas de alunas que foram minhas orientandas (mestrado, doutorado e iniciação científica). Portanto, só posso afirmar que estou absolutamente estarrecido diante de uma situação que julgo absurda. Os cartazes, aliás, foram anonimamente forjados e afixados no campus. Sou docente da Unesp desde 1994, ou seja, trata-se de 28 anos de trabalho em sala de aula, tendo atuado ao lado de milhares de alunos, sem que qualquer mínimo indício concreto do que se pode ser classificado como assédio possa ser apontado. Atingem-me do modo mais vil. Entendo que legítimas e importantes demandas da atualidade – luta contra o racismo, movimento feminista – têm produzido uma mobilização de empatia diante de causas importantes. Nesse caso, todavia, estou sendo vítima de calúnia, cuja propagação em tempos digitais é implacável".  

 

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