Bolsas da Europa fecham em alta
Investidores monitoraram indicadores econômicos da região e a escalada de demissões de integrantes do governo do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson
As bolsas da Europa fecharam em alta nesta quarta-feira (6). O clima é de recuperação após as perdas da véspera, apesar de temores com a possibilidade de recessão ainda persistirem. Investidores monitoraram indicadores econômicos da região e a escalada de demissões de integrantes do governo do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson.
O índice Stoxx 600, que reúne as principais empresas de capital aberto listadas na região, encerrou a sessão em alta de 1,66%, a 407,34 pontos.
As encomendas à indústria da Alemanha tiveram leve alta de 0,1% em maio ante abril, surpreendendo analistas que previam recuo de 0,3%. Por outro lado, as vendas no varejo da zona do euro subiram 0,2% em maio ante abril, um pouco abaixo da expectativa de analistas, que previam alta de 0,3%.
Além disso, no radar dos investidores está a crise política no Reino Unido. Mais seis integrantes do governo pediram demissão nesta quarta-feira. Ontem, os titulares das Finanças, da Saúde e da Justiça haviam feito o mesmo. Apesar disso, o premiê Boris Johnson afirmou que pretende permanecer no posto, embora tenha admitido que pode renunciar caso a situação fique inviável.
Legisladores e oposicionistas pressionam o político a deixar o posto. Um deputado relatou que, segundo a imprensa, há uma comitiva de membros ainda no governo esperando Johnson voltar à sede do governo para lhe dizer que não há mais como ele permanecer como premiê. Para a Eurasia, a crise deve derrubar o primeiro-ministro. A consultoria estima 90% de chances de que o premiê seja alvo de nova votação de confiança e apenas 10% de que ele lidere o Partido Conservador nas próximas eleições.
O mercado também está na expectativa pela divulgação da ata do Federal Reserve (Fed) hoje e pela do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira. "O desafio para os bancos centrais é muito grande no momento. É muito importante que eles comuniquem claramente sua determinação em combater a inflação", disse o Santander Asset Management. O economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), Huw Pill, alertou nesta quarta-feira que a economia do Reino Unido vai desacelerar para a estagnação nos próximos 12 meses e reiterou sua preferência por uma abordagem "de mão firme" no processo de aumento de juros, ressaltando que grandes aumentos da taxa básica poderiam ser contraproducentes.
O índice FTSE 100, referência na Bolsa de Londres, subiu 1,17%, a 7.107,77 pontos. Papéis da IAG (+2,80%), Rio Tinto (+1,0%) e Antofagasta (+2,01%) subiram. Em Frankfurt, o índice DAX ganhou 1,56%, a 12.594,52 pontos, enquanto em Paris, o CAC 40 teve alta de 2,03%, a 5.912,38 pontos. Já em Milão, o FTSE MIB se valorizou 1,04%, a 20.920,99 pontos. Nas praças ibéricas, o PSI 20, de Lisboa, subiu 0,08%, a 5884,09 pontos. Em Madri, o IBEX 35 cedeu 0,14%, a 7.948,60 pontos, com papéis do Santander em queda ( -1,65%). Com informações da Dow Jones Newswires.