Mais de mil migrantes desembarcam na Itália
As autoridades encontraram cinco corpos de migrantes mortos a bordo do navio em circunstâncias desconhecidas
Mais de mil imigrantes desembarcaram na Itália nas últimas horas e centenas foram resgatados por navios humanitários e aguardam um porto de acolhimento, disseram as ONGs e autoridades italianas neste domingo (24).
Mais de 600 pessoas que tentaram cruzar o Mar Mediterrâneo a bordo de um barco de pesca foram resgatadas no sábado por um navio mercante e pela guarda costeira quando estavam à deriva na costa da Calábria, no extremo sul da península italiana. Eles foram então levados para vários portos da ilha da Sicília.
As autoridades encontraram cinco corpos de migrantes mortos a bordo do navio em circunstâncias desconhecidas.
Na madrugada de sábado para domingo, 522 pessoas do Afeganistão, Paquistão, Sudão, Etiópia e Somália chegaram à ilha de Lampedusa, a maioria a bordo de cerca de 15 barcos da Tunísia e Líbia.
A mídia italiana diz que o centro de recepção na pequena ilha italiana na costa da África está sobrecarregado.
A agência Ansa afirma que atualmente abriga 1.200 pessoas, de uma capacidade de 250.
Por outro lado, as organizações de resgate no mar salvaram centenas de migrantes à deriva no Mediterrâneo. A SeaWatch indicou no domingo que no dia anterior realizou quatro operações de resgate.
"A bordo do SeaWatch 3 temos 428 pessoas, incluindo mulheres, uma delas grávida de nove meses e menores de idade. Um paciente tem queimaduras graves", disseram no Twitter.
O OceanViking, da ONG SOS Méditerranée, afirmou que resgatou 87 pessoas (incluindo 57 menores desacompanhados), que viajavam em "um barco inflável superlotado à deriva em águas internacionais ao largo da Líbia".
Entre 1º de janeiro e 22 de julho, 34.000 pessoas chegaram por via marítima à Itália, em comparação com 25.500 no mesmo período de 2021 e 10.900 em 2020, segundo o Ministério do Interior italiano.
A rota migratória do Mediterrâneo Central é a mais perigosa do mundo. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima em 990 o número de mortos e desaparecidos desde o início deste ano.