Homem é preso por aliciar crianças nas redes sociais

O suspeito fingia ser agente de modelos e, ao menos, 24 vítimas, com idades entre oito e 16 anos, foram identificadas

por Victor Gouveia ter, 09/08/2022 - 08:20
Divulgação/PF O suspeito pode ficar mais de 300 anos preso Divulgação/PF

Um homem foi preso pela Polícia Federal (PF) após uma operação nas cidades de Rifaina e Franca, no interior São Paulo, que investigava crimes de abuso sexual infantil. O inquérito identificou que o suspeito fingia ser agente de modelos nas redes sociais e conseguiu aliciar ao menos 24 vítimas, com idades entre oito e 16 anos.  

A PF constatou que o investigado abordava as crianças por meio de um dos seus 11 perfis falsos. "Ele entrava no universo imaginário infanto-juvenil com falsas promessas de futuros trabalhos com seus ídolos e solicitava fotos das crianças e em cenas de sexo", descreveu. 

Já em posse de alguns conteúdos íntimos da vítima, quando ela começava a negar enviar mais fotos e vídeos de natureza sexual, ele ameaçava vazar o material na internet e enviar aos pais da criança. 

Ele foi autuado na quinta-feira (4) e vai responder pelos crimes de estupro virtual de vulnerável em 179 ocasiões, divulgação de cena de estupro de vulnerável e, por produzir, dirigir cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo menor. As penais totais variam de 187 a 302 anos de prisão. 

A Polícia descreveu as principais características da atuação dos pedófilos: 

 1. Um pedófilo não tem perfil definido e pode ser qualquer pessoa; 

2. Eles procuram crianças com pouca ou nenhuma supervisão dos pais, geralmente os que passam a maior parte do tempo trabalhando e que não tem tempo para lhes dar atenção; 

3. Procuram crianças que tem fácil acesso à internet e telefones sem fiscalização dos pais; 

4. Usam perfis falsos: negam a idade, nome, endereço e se fazem passar por crianças e adolescente; 

5. Perguntam onde fica o computador que a criança está usando para saber se é um lugar onde circula muitos adultos e perguntam se existe algum adulto vendo a conversa dos dois.  

6. Convencem a criança a ligar sua webcam para fotografá-la e filmá-la; 

7. Abordam temas sexuais com uma linguagem de forma bem sutil e delicada, como fábulas, contos, histórias para reduzir a sua inibição e cativá-la; 

8. Dizem que podem matar os pais e ameaçam contar os segredos e divulgar as imagens e fotos que conseguiram forçando a criança a se calar e não contar nada para ninguém. 

Para se proteger desses criminosos, a orientação é basear a relação com os filhos em três pilares: comunicação, informação e observação. 

- Comunicação: mantenha sempre um diálogo aberto diariamente com seu filho; 

- Informação: proibir não educa e nem previne. O melhor caminho é a orientação e a informação; 

- Observação: preste atenção em uma eventual mudança de comportamento da criança. 

Outras recomendações: 

- A idade para fazer uma conta no WhatsApp é de 16 anos e no Facebook é de 13 anos, conforme lei federal dos EUA; 

- Os pais devem ter um conhecimento básico de internet e computação para entender em que consiste o funcionamento das ferramentas; 

- Entre regularmente no perfil do seu filho para ver o que ele tem postado e seus seguidores; 

- Não permita muito tempo de exposição na internet. Imponha regras e limite o uso; 

- Ofereça alternativas para fazer outras atividades, seja a pratica de esportes ou passeios no cinema e teatro; 

- Crianças não podem ter conteúdos privados que seus pais não possam acessar. Uma criança sozinha no meio da rua de madrugada é vulnerável e está sujeita a todo e qualquer risco. Na internet é a mesma situação. 

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