Civil indicia mulher que fingia ter câncer para dar golpes

Camila Maria Barbosa dos Santos, de Goiás, chegou a raspar a cabeça para convencer seguidores nas redes sociais de que passava por terapias

por Vitória Silva qui, 05/01/2023 - 16:46
Divulgação/PCGO Camilla Maria Barbosa dos Santos, suspeita de fingir ter câncer para aplicar golpes Divulgação/PCGO

Uma mulher de 27 anos foi indiciada por estelionato, após ser descoberta aplicando golpes financeiros enquanto fingia ter câncer de mama. Camila Maria Barbosa dos Santos, de Morrinhos, no Sul de Goiás, chegou a raspar a cabeça para convencer seguidores nas redes sociais de que passava pelo processo de terapia. Em seus vídeos, ela compartilhava a rotina com os medicamentos e atividades domésticas. 

De acordo com a Civil, a investigada se utilizava da doença para conseguir doações em dinheiro das vítimas, dizendo ser para financiar seu tratamento. Camilla afirmava portar metástase no pulmão e no intestino. As pessoas lesadas foram as primeiras a procurar a polícia, quando desconfiaram da veracidade dos relatos nas redes. Na delegacia da região, afirmaram que contribuíram com campanhas e rifas promovidas pela golpista. Os valores subtraídos não foram mencionados.

Sob interrogatório, a autora afirmou que seu câncer de mama, já com metástase no intestino e pulmão, retornou no início de 2022, vindo a descobri-lo quando pegou dengue. A indiciada afirma que, em julho de 2022, iniciou o tratamento da doença no Hospital Araújo Jorge, local onde realizou sete sessões de quimioterapia, mas por volta de outubro daquele ano, a unidade de saúde havia perdido seu prontuário médico e encerrou seu tratamento. 

Em documento encaminhado pelo Hospital Araújo Jorge à delegacia, foi informado que Camilla Barbosa não é e nunca foi paciente no local. Os responsáveis pelo hospital relataram diversas situações em que Camilla se fez presente e que ela foi flagrada tirando fotos em uma maca no setor de quimioterapia, utilizando um cartão de identificação interno do hospital, em nome de terceiros. Ela chegou a ser removida da instituição mais de uma vez. 

A Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa da mulher e encontrou diversos documentos e exames, que foram apreendidos. O delegado afirmou que em nenhum dos exames foi possível constatar que Camilla tenha câncer. Ele disse ainda que a própria mulher afirma não ter qualquer laudo que comprove o diagnóstico.  

A investigação foi concluída nesta quinta-feira (5), pela Delegacia de Morrinhos. O delegado contou que ela não foi presa, por ele não entender que existem requisitos para pedir pela prisão preventiva dela, por isso, dela deve responder, inicialmente, em liberdade.

 

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