Valentine's: o Dia dos Namorados que o Brasil não comemora

Diferente do resto do mundo ocidental, o Brasil espera até junho para a homenagem dos casais apaixonados

ter, 14/02/2023 - 08:20
Pixabay Rosa e velas em comemoração ao Velentine's Day Pixabay

Enquanto os Estados Unidos e outras partes do mundo ocidental celebram o dia 14 de fevereiro como o Dia dos Namorados, o Brasil reservou o dia 12 de junho para renovar a paixão entre os casais. Ainda sem tanta influência entre os brasileiros, o Valentine's Day começa a ganhar visibilidade nas redes sociais. 

O Dia de São Valentim, ou Valentine's Day, tem a história ligada ao bispo que celebrava casamentos escondidos do imperador romano Cláudio II. Os casamentos foram proibidos em meados do século III pela ideia de que os homens solteiros serviam melhor à carreira militar por não se preocupar com as responsabilidades familiares. 

Como religioso, Valentim acreditava que o matrimônio fazia parte dos planos de Deus e dava sentido ao mundo. Por isso, uniu casais apaixonados em cerimônias escondidas até ser descoberto e sentenciado à morte no ano de 270 d.C.  

Troca de cartinhas

Nesse ponto, a história se divide em duas hipóteses para explicar a tradição da troca de cartas como prova de amor. Uma indica que o bispo recebia flores e bilhetes de jovens apaixonados como forma de apoio enquanto aguardava a condenação. A outra versão aponta que o próprio Valentim se apaixonou pela filha do carcereiro e, antes de ser executado, se declarou para ela em uma carta assinada "do seu Valentim".  

Ainda há uma terceira versão pagã para tentar explicar a origem do Valentine’s Day. Esta sugere que a data foi escolhida na Idade Média por marcar o início do período de acasalamento dos pássaros. Talvez daí tenha surgido a expressão "dois pombinhos" para definir um jovem casal. Os primeiros registros da celebração são do século V, bem depois da morte de Valentim. 

O comércio e a figura de Santo Antônio no Brasil

Diferente do resto do mundo, a história do Dia dos Namorados no Brasil é bem menos antiga e, apesar de certa ligação religiosa, se aproxima mais das questões comerciais. Comemorado na véspera de Santo Antônio, o santo casamenteiro, o dia 12 de junho foi escolhido pelo publicitário João Doria, pai do ex-governador de São Paulo, para uma campanha de 1948. 

"Não é só com beijos que se prova o amor!” e "Não se esqueçam: amor com amor se paga", diziam os primeiros slogans da publicidade, que foi premiada na época e determinou o primeiro Dia dos Namorados do Brasil. 

Como junho era considerado um mês de baixa no comércio, com o passar dos anos, a data se expandiu e estimulou o calendário de vendas em todo o país. Em 74 anos de comemoração, o Dia dos Namorados movimenta bilhões em praticamente toda a cadeia lojista, com destaque para o setor de alimentação e de serviços, sendo a terceira data mais lucrativa para o comércio, atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. 

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