Orla de Jaboatão: Moradores afirmam que fiscalizarão obras

Com o anúncio das obras nas orlas de Piedade e Barra de Jangada, pela Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, moradores afirmam que irão fiscalizar os trabalhos nos trechos das praias

ter, 17/10/2023 - 08:01
Júlio Gomes/LeiaJá Orla de Jaboatão Júlio Gomes/LeiaJá

Após o prefeito do Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros (PL-PE), no mês passado, assinar a ordem de serviço para requalificação das orlas do município, famílias que frequentam as praias de Barra de Jangada e Piedade já estão na expectativa pelo andamento destas obras. De acordo com a gestão da cidade, R$ 14,9 milhões serão investidos nestes trechos de praia, com previsão de conclusão em 15 meses.

Problemas enfrentados

Em entrevista ao LeiaJá, a estudante Marcela Santos, 24 anos, disse que está ansiosa pela conclusão, pois aguarda que os trabalhos desenvolvidos pela prefeitura “possam trazer mais segurança para sua família e amigos”, que costumam caminhar no calçadão da praia do bairro de Piedade.

“Algumas partes não têm uma boa iluminação e isso facilita a atividade dos criminosos que se aproveitam para assaltar as famílias que frequentam. Já vi inúmeros assaltos, e ultimamente estou deixando de curtir a orla do meu município para ir para outras orlas mais afastadas da minha casa”, afirma a jovem, que nos finais de semana costuma pedalar de bicicleta com o namorado.

O companheiro de Marcela, o técnico de enfermagem Thiago Nascimento, 25 anos, acredita que as obras foram “anunciadas no momento certo”.

“Um local bem iluminado e com uma grande movimentação de pessoas, talvez diminua a marginalidade. Acredito que as obras não só irão beneficiar os pedestres e ciclistas, mas também os moradores das residências e prédios próximos à praia, que temem a insegurança”, pontua.

Ele espera que os trechos de orla fiquem semelhantes aos das praias do Recife. “Boa Viagem é colocada com Piedade, porém podemos ver a diferença na qualidade das duas orlas. Lá tem ciclofaixa, banheiros públicos mais preservados, quiosques, iluminação. Aqui em Piedade não tem praticamente nada”, lamenta.

Mesmo com os elogios ao projeto desenvolvido pela gestão do município, o casal alerta que é necessário que a população jaboatanense fiscalize as obras, para saber, se de fato, está sendo realizado o trabalho.

"Irei fiscalizar, pois nós, como cidadãos, devemos sempre entender se o dinheiro público está sendo bem aplicado", pontua Thiago.

Obras

Segundo a prefeitura de Jaboatão, a ordem de serviço foi dada junto à Igrejinha de Piedade, de onde o trabalho segue até a divisa com a cidade do Recife. Já em Barra de Jangada, o serviço segue em direção até a praia do Paiva, na divisa com o município do Cabo de Santo Agostinho, onde calçadas e ciclovias se encontrarão.

“A conclusão da requalificação da orla vai beneficiar o turismo, o lazer, o esporte, a economia, enfim, toda uma rede de atores sociais. Vamos poder movimentar mais a beira-mar, promovendo eventos esportivos e culturais, como os que serão lançados em breve pelo Sesc, que está montando uma arena de beach tênis, vôlei e futevôlei, em frente ao seu prédio, em Piedade. Ou seja, teremos muitos atrativos para os munícipes e turistas. Está nascendo uma nova orla do Jaboatão”, comemorou o prefeito Mano Medeiros durante o evento de divulgação do início das obras.

A requalificação da orla foi dividida em trechos. O primeiro a ser entregue, em março do ano passado, tem mais de dois quilômetros de extensão, entre a curva do Sesc e a Igrejinha de Piedade. Agora, será dada continuidade ao projeto, mantendo o foco no pedestre e ciclista. Para isso, haverá ampliação do calçadão em alguns trechos e construção em outros, a ciclovia terá 8,7 km de extensão, pista de cooper, espaços de convivência e contemplação, tudo com a devida sinalização e acessibilidade. Novas árvores serão plantadas, para dar sombreamento e melhorar o microclima.

O calçadão foi desenhado de forma a garantir a harmonia da paisagem na transição entre os municípios, mas assumindo identidade própria, mesclando piso intertravado e pedras portuguesas, além de garantir o piso tátil, sinalizando obstáculos para pessoas com deficiência visual. Os bancos também seguem essa proposta de harmonização e serão em concreto. A iluminação passará a ser toda em LED. Posteriormente à conclusão da obra, serão implantados equipamentos de esportes e lazer.

“Toda a drenagem da orla estará requalificada ao final da obra, garantindo o fluxo adequado às águas pluviais e resolvendo um problema crônico de alagamentos existente há décadas. Os ganhos diretos e indiretos serão contínuos. Já estivemos com o presidente da Compesa, Alex Campos, e ele se comprometeu a construir as ligações necessárias para que possamos implantar banheiros na orla, um pleito antigo dos frequentadores. Sem as redes de água e esgoto, hoje utilizamos banheiros químicos. Essa realidade também vai mudar”, salientou o prefeito.

Plano de gestão

Um outro avanço para a orla é o Plano de Gestão Integrada (PGI), que será lançado em audiência pública em outubro, quando também será formalizado o comitê gestor do PGI, um grupo paritário, com sete integrantes da sociedade civil e sete da gestão pública, nas esferas municipal, estadual e federal.

A audiência é a última fase do processo, que antes passou por levantamento em campo do território, oficinas participativas, elaboração do plano e validação do documento e do comitê gestor pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Era a SPU quem geria a orla até 2017, quando ocorreu a municipalização. O PGI norteia questões como zoneamento, desenvolvimento econômico, impactos ambientais e até estabelece pontos de táxi, áreas viáveis para esporte, shows, áreas de preservação, enfim, tudo o que pode impactar a orla.

 

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