'Foi homicídio', diz filho de vítima de colisão no Recife

A investigação sobre a morte da enfermeira Meridernia Maria da Silva Lima é tratada pela Delegacia de Delitos de Trânsito

por Guilherme Gusmão ter, 24/10/2023 - 17:40
Reprodução Meridernia Maria da Silva Lima não resistiu aos ferimentos Reprodução

Após uma semana do grave acidente de trânsito entre um carro Kwid e uma BMW, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, a família da enfermeira Meridernia Maria da Silva Lima, única vítima fatal da colisão, pede justiça. Os familiares querem que o crime seja classificado como homicídio doloso, que é quando há a intenção de matar.

A colisão aconteceu no cruzamento da avenida Conselheiro Aguiar com a rua Baltazar Pereira. A enfermeira, de 57 anos, que conduzia o Kwid, estava voltando de um ensaio de fotos da sobrinha-neta de cinco anos, ao lado da irmã, também de 57, e da mãe da criança, de 25, quando foi surpreendida pela BMW, que estaria em alta velocidade. Meridernia ainda foi socorrida para o Hospital da Restauração, na área central do Recife, porém, não resistiu aos ferimentos.

A investigação do caso, que é tratada pela Delegacia de Delitos de Trânsito, é contestada pela família da vítima que pede que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apure todas as circunstâncias do sinistro de trânsito.

De acordo com as informações obtidas pelo advogado da família, o motorista da BMW, de 26 anos, não é habilitado e era acostumado a fazer "rachas" nas redondezas.

"Nós estamos lutando para que o homem seja acusado por homicídio doloso, quando se assume o risco de cometer mal com terceiros. Por exemplo, ele não tinha habilitação. Essa informação já foi confirmada pela CTTU, ele não podia estar dirigindo. No entanto, o irmão, que estava no carro com ele, tinha habilitação. Além disso, a via em que ele estava não podia andar a mais de 60 quilômetros por hora, e ele estava acima disso. Então, ele assumiu o risco de causar mal contra alguém. No direito, chamamos isso de dolo eventual. Não é que ele tenha ido lá para matá-la, mas a conduta dele é tratada de forma diferente e vai à júri popular, não à júri comum", detalhou o advogado Flávio Santana.

O filho mais novo da vítima, o empresário Michel Lima, acredita que houve uma falha na comunicação da Polícia Civil, já que os envolvidos no crime estão impunes. Ele revela que, após a batida, o motorista da BMW retirou a placa do carro, além disso, não prestou os primeiros socorros as vítimas.

"Acredito que houve, talvez, uma falha na comunicação da polícia, porque o local onde houve a batida foi fechado. A primeira coisa que o motorista criminoso fez ao descer do carro após o acidente foi retirar a placa do carro dele e sequer prestou os primeiros socorros à minha mãe", informou Michel.

"O que fica agora é a tristeza e o sentimento de injustiça. Como a pessoa que colidiu no carro da minha mãe entra e sai pela porta da frente da delegacia desse jeito? A família quer que ele responda por homicídio doloso e tentativa de homicídio. O que aconteceu não foi crime de trânsito, foi homicídio. A minha mãe foi assassinada”, pontuou.

Ele ainda revelou que a sua tia está com a bacia fraturada e que a mãe da sua sobrinha, que também estava no carro, passa por cirurgias. A criança, de 5 anos, só teve algumas escoriações, porém "está bastante abalada emocionalmente e acorda de madrugada chorando perguntando pela avó".

Com informações da assessoria

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