Senadores divergem entre proporcionalidade e renovação

sex, 01/02/2013 - 10:59

Os discursos dos senadores durante a primeira reunião preparatória, que irá eleger o novo presidente do Senado, nesta sexta-feira (1º), mostram a divisão entre governo e oposição. A mesa diretora eleita irá atuar durante o biênio 2013/2014.

Com o apoio do Palácio do Planalto, o nome de Renan Calheiros (PMDB-AL) é defendido para seguir o princípio de proporcionalidade – o PMDB tem a maior representatividade do Senado. Já os oposicionistas defendem a candidatura de Pedro Taques (PDT-MT), a fim de haver uma renovação, através de uma política de transparência e ética.

Com o maior número de senadores por partido, o PMDB defende o respeito à proporcionalidade. “PMDB é o partido com mais senadores. Essa foi a escolha do povo brasileiro. E o Renan Calheiros representa o respeito a essa opção da sociedade”, frisou Vital do Rêgo (PMDB-PB). “Temos grandes desafios no país de continuar a fazer os recursos chegarem para o desenvolvimento do Brasil. Manter a devida proporcionalidade para a composição da mesa e comissões dessa casa é a forma de apoiar o país”, considerou Eunício Oliveira PMDB/CE

Sobre a polêmica que envolve Calheiros, que foi denunciado há alguns dias pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal, os senadores colocaram em dúvida a intenção do procurador. “Não é de surpreender que o procurador tenha esperado tanto tempo para fazer a denúncia e tenha escolhido exatamente dias antes dessa eleição para fazê-la”, questionou Lobão Filho (PMDB/MA). Apesar de ser do mesmo partido, Pedro Simon (PMDB/RS), sugeriu que Calheiros retirasse a candidatura. “Está ocorrendo o mesmo que em 2007. E pode acontecer de o Calheiros ser eleito hoje e denunciado pelo Supremo na próxima semana, o que levaria também a uma investigação na Comissão de Ética e uma possível discussão sobre a cassação do mandato, assim como em 2007. Para evitar isso, o melhor seria retirar o nome”, defendeu.

O senador Fernando Collor chegou a chamar o procurador Roberto Gurgel de chantagista. “Esse senhor não tem moral para denunciar um senador eleito pelo povo. A atuação dele até já é alvo de uma representação aqui no Senado. O procurador é um chantagista e prevaricador. Cabe ao Senado julgar a representação que já está tramitando”.

Apoiando Pedro Taques, vários senadores defendem a renovação a atuação independente do Senado. “A imagem do imagem não está melhor. Temos uma imagem de certa omissão de grandes problemas nacionais. O Senado precisa se renovar”, salientou Cristovam Buarque (PDT-DF). “Nós temos que recuperar a imagem do Senado, que está sendo achincalhada pela sociedade, porque nós temos dado motivo para isso. Temos também que trabalhar com independência e não ser o almoxarifado do Executivo”, criticou Álvaro Dias (PSDB/PR).

Os senadores também defenderam a eleição de um ficha-limpa. “A sociedade brasileira pede mais ética. Por isso, temos que seguir os princípios da Lei da Ficha Limpa”, destacou Rodrigo Rollemberg PSB/DF. “Nós temos que construir alternativas, através de uma política transparente, para não reduzir o debate a méritos pessoais. A sociedade brasileira tem avançado muito neste sentido e não podemos deixar que o Senado não avance”, disse a senadora Lídice da Mata (PSB/BA).

COMENTÁRIOS dos leitores