Governador solicita a Dilma isenção de tributos

No encontro realizado no Ceará, Campos aproveitou o espaço para pedir e cobrar

ter, 02/04/2013 - 15:03
Marionaldo Junior / LeiaJáImagens / Arquivo Com discurso afiado, o governador cobrou ações do governo federal Marionaldo Junior / LeiaJáImagens / Arquivo

Durante reunião do Fórum dos Governadores do Nordeste, realizada nesta terça-feira (2), em Fortaleza, o governador Eduardo Campos (PSB) pediu a presidente Dilma Rousseff (PT) dispensa dos impostos cobrados as companhias estaduais de água. O socialista falou em defesa a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e disse que em virtude da estiagem a empresa perde muito valor.

O pedido feito por Campos à presidenta Dilma Rousseff, refere-se à isenção dos tributos PIS/Cofins para as companhias estaduais de água, como medida fundamental para o enfrentamento dos efeitos da seca. "Recentemente, seu governo anunciou desonerações da ordem de R$ 14 bilhões em favor das empresas distribuidoras de energia elétrica. Agora, é chegada a hora conceder benefício semelhante às nossas companhias de água, que estão sendo duramente castigadas pela estiagem", cobrou o governador.

O administrador estadual argumentou que empresas, como a Compesa, perdem duplamente com a seca, pois deixam de "faturar" com as contas de água e ainda têm seus custos elevados, porque são obrigadas a abastecer a população com carros pipa. "A Compesa, por exemplo, teria em caixa mais R$ 60 milhões por ano para recompor seu caixa e investir", explicou.

A proposta de Eduardo Campos foi aprovada pelos governadores Ricardo Coutinho (PB), Wilson Martins (PI), Rosalba Ciarlini (RN) e Cid Gomes (CE), os quais sugeriram, inclusive, como alternativa a abertura de capital das empresas através do programa Proinveste, mantido pelo governo através do BNDES.

Presidenciável - Visto no cenário político como concorrente de Dilma, apesar de ainda não confirmar candidatura, Eduardo Campos usou um tom de cobrança durante todo o discurso. Ele alertou para o fato de a seca estar chegando às cidades e afetando a economia dos centros urbanos. 

Além disso, falou que obras de infraestrutura e políticas públicas que protejam a base econômica, com inovação tecnológica e melhoria da qualidade do rebanho são necessárias. "Só para dar exemplo, presidenta, cito o nosso polo de confecções do Agreste, que gera 80 mil empregos e está enfrentando dificuldades em parte porque não tem água em Santa Cruz do Capibaribe e Toritama para receber os visitantes. Em parte porque as lavanderias, essenciais à produção de jeans, também não têm a matéria prima para funcionar", pontuou.

Resposta - Ao comentar a fala de Eduardo e dos demais governadores, Dilma Rousseff considerou boa a sugestão, principalmente se for encaminhada a capitalização no âmbito do Proinveste. Quanto à desoneração do PIS/Cofins, ela adiantou que estudará a medida, lembrando que a redução seja revertida em benefício da população, com a redução da conta de luz.



*Com informações da Assessoria

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