Manifestantes repudiam atitude de políticos do Estado

Comissão da Frente de Luta pelo Transporte Público relata que não houve nenhum diálogo

qua, 21/08/2013 - 21:48
Fernando da Hora/LeiaJáImagens Conversa com políticos foi substituída por uma batalha campal protagonizada por manifestantes e policiais Fernando da Hora/LeiaJáImagens

A Comissão da Frente de Luta pelo Transporte Público acusou o presidente da Câmara do Recife, Vicente André Gomes (PSB); o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB); e o governador Eduardo Campos (PSB) de serem os maiores culpados pelos transtornos que aconteceram no centro do Recife na tarde desta quarta-feira (21). 

Na nota, o grupo repudiou a atitude de Vicente André Gomes de ter fechado a Casa Legislativa. Eles relataram que apenas o vereador Raul Jungmann (PPS) se apresentou para dialogar com os manifestantes. 

Leia a nota na íntegra.

Comissão de Comunicação da Frente de Luta pelo Transporte Público de PE.

Nota de Esclarecimentos à sociedade pernambucana:

1. O caos e o campo de batalha que se tornou o centro da Cidade do Recife, nesta quarta-feira (21), tem 3 responsáveis: o presidente da Câmara, Vicente André Gomes (por ter dado um golpe no Movimento ao não ter cumprido NENHUM ponto acordado na ocupação da Câmara, além de ter impedido o acesso à Casa Legislativa), o prefeito Geraldo Júlio (por ter prometido o Passe Livre em sua campanha, e até agora sequer sentou com o movimento) e o governador Eduardo Campos (que permanece silente e negligente em relação à pauta do Movimento. Lembramos que estamos nas ruas desde janeiro deste ano, e o máximo que o governo fez foi dar uma resposta formal aos 13 itens formulados pela Frente).

2. O presidente da Câmara Municipal do Recife fechou a Casa e consequentemente o expediente (mais uma vez!) ao meio dia, deixando claro de imediato a não predisposição ao diálogo com o movimento. Estamos tentando diálogo com o Poder Público desde 21 de junho do presente ano, sem lograr êxito, com todos os protestos ocorrendo até então de maneira pacífica.

3. Neste sentido, tiramos como estratégia política intensificar as mobilizações de rua para que o Poder Público perceba a Pressão e o nível de indignação popular com o descaso no Transporte Público. Até então, apenas o vereador Raul Jungmann se apresentou na entrada da Câmara Municipal, quando estávamos em passeata, ou seja, a Comissão Instituída para Tratar do Passe Livre não nos procurou, nem estava na Câmara, inclusive, seria ilógico, porquanto se a Câmara estava fechada.

4. A Polícia Militar de Pernambuco, através da Rádio Patrulha, assim como faz todos os dias nas periferias e favelas do Recife, chegou atirando bombas de efeito moral, gás lacrimogênea e balas de borracha quando os manifestantes se encontravam na altura do Cinema São Luís. Esta ação da polícia deixou vários cidadãos feridos, entre eles, dois garis que faziam a limpeza pública, uma estudante secundarista e um estudante universitário, além de vários jornalistas. No calor do confronto, é muita ingenuidade achar que as pessoas não se protegeriam frente aos ataques da Polícia Militar, que parecia descontrolada. Por óbvio, nos defendemos com o que estava disponível. Mas, esclarecemos que A FRENTE não tinha, sequer cogitou, como tática política QUALQUER tentativa de depredação ou ação direta ao Cinema São Luís. Importante frisar que a Frente apenas puxa os atos, mas estes são do povo, abertos para que qualquer grupo ou pessoa participe.

5. Na volta para Câmara Municipal, fomos recebidos com mais Repressão da Polícia Militar e da Rádio Patrulha, e mais uma vez o confronto e o campo de batalha se formaram. Não eram só os manifestantes do Passe Livre que se defendiam, ambulantes, trabalhadores, transeuntes, todos e todas se defenderam dos ataques da Polícia da maneira que podiam.

6. O recado das ruas e da pressão popular está dado. Não aguentaremos mais golpes, mentiras e falácias. Intensificaremos as mobilizações até que a CPI do Transporte Público seja instaurada, o Projeto de Lei do Passe Livre tramitado e aprovado, e  as audiências com Geraldo Júlio e Eduardo Campos marcadas.

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