Políticos aderem a propostas da reforma política

Audiências públicas e mobilizações nas ruas foram algumas sugestões dos parlamentares presentes

por Élida Maria sex, 20/03/2015 - 18:32

Deputados, vereadores e o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB) apoiaram propostas elaboradas pela Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) e Movimentos Sociais, nesta sexta-feira (20) em prol da reforma política. Os políticos participaram da coletiva de imprensa no Recife e prometeram promover debates e colher assinaturas de eleitores para a criação de um Projeto de Iniciativa Popular.

Solicitando o fim do financiamento empresarial de campanha, entre outras mudanças, a vereadora do Recife, Isabella de Roldão (PDT), prometeu movimentar a Casa José Mariano a favor da reforma política. “Pretendo fazer audiências públicas na Câmara e também mobilizar moradores de todas as RPAs (Regiões político-administrativas) com bicicletas de som, debates em escolas públicas e com a ajuda de líderes comunitários”, assegurou. 

Representando a cidade de Olinda, os vereadores Marcelo Santa Cruz (PT) e o presidente da Câmara de Olinda, Marcelo Soares (PCdoB) também se prontificaram em apoiar a proposta. “Podemos fazer consultas populares, contar com o apoio de entidades locais para que o debate não fique apenas interno, levar para dentro dos partidos, ocupar todo o espaço da Câmara, ir às feiras-livres e mobilizar a participação da população”, sugeriu Soares.

Para o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB), entre as propostas elencadas pela OAB-PE e movimentos sociais, a primordial mudança deve ser o financiamento empresarial de campanha. “Nunca a gente diz que combate a corrupção no país, mas as propostas que os grandes partidos têm apresentados, principalmente o PMDB e o PSDB na Câmara dos Deputados, falam de muitas coisas, menos de uma que é chave e que pode cortar pela raiz a relação promíscua entre grupos econômicos e detentores de mandato que é o financiamento empresarial de campanhas eleitorais”, expôs, destacando que a proposta sugerida extingue o financiamento empresarial e aceita apenas o financiamento individual com um teto máximo de R$ 700,00.

Única representante da Câmara Federal na coletiva de imprensa promovida pela OAB-PE e movimentos sociais, a deputada Luciana Santos (PCdoB) foi questionada pela imprensa de como conseguiria articular na Casa Federal o apoio para as propostas da reforma. No entanto, a pós-comunista comentou da resistência de alguns parlamentares. “Estamos num momento lá de muita defensiva política, lá estamos naquele ponto de resistir a uma solução pior. Então nosso esforço é começar uma peregrinação com alguns líderes de partidos e explorar muito as divergências, porque os partidos não têm o pensamento como a gente, sobre a reforma política”, destacou a parlamentar, reforçando a ideia de mobilizar a população. “Apesar de ter padrinho na iniciativa de projeto popular, a principal pressão tem que vir das ruas. É ela que vai garantir que a gente tenha maior ou menor modelo eleitoral avançado” ressaltou Luciana Santos.

Os quatro pontos principais da proposta são a proibição do financiamento de campanha por empresas e adoção do Financiamento Democrático de Campanha; eleições proporcionais em dois turnos; Paridade de gênero na lista pré-ordenada e o fortalecimento dos mecanismos da democracia direta com a participação da sociedade em decisões nacionais importantes. O projeto precisa de 1 milhão e 500 assinaturas para ser enviado ao Congresso.

 

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