Mendonça articula instalação da CPI dos Fundos de Pensão

Para o democrata o aparelhamento político é um dos motivos para o déficit no caixa dos fundos de pensão

por Giselly Santos sab, 25/04/2015 - 09:17

O líder do Democratas (DEM) na Câmara, deputado Mendonça Filho, articula a instalação da CPI dos Fundos de Pensão, cujo requerimento foi protocolado nesta semana na Câmara. “É importante esclarecer o que aconteceu na gestão dos fundos das estatais. Muitos servidores contribuíram durante décadas e agora são surpreendidos com descontos a título de taxa extra para cobrir rombos bilionários”, afirma.

A necessidade de priorizar a instalação da CPI dos Fundos de Pensão foi assunto de reunião, na última quinta-feira (23), entre Mendonça Filho e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O líder Rubens Bueno (PPS-PR), outro partido que assinou o requerimento para criação da CPI, também participou da reunião.

O democrata explicou que o aparelhamento político é um dos motivos para o déficit no caixa dos fundos de pensão. “Só no Petros, da Petrobras, e no Postalis, dos Correios, o déficit chega a R$ 12 bilhões, valor equivalente ao orçamento anual do Programa de Financiamento Estudantil (FIES)”, destrinchou.

Mendonça alerta ainda que as suspeitas de irregularidades não estão restritas aos dois fundos de pensão. Ao apresentar a justificativa para criação da CPI, os parlamentares citam casos emblemáticos de perdas vultosas de que foram vítimas grandes fundos de pensão de estatais, decorrentes da decretação de falência do banco BVA, em 2014: “Sabe-se que o BVA cedeu R$ 1,3 bilhão em créditos pobres a Petros, Funcef, Postalis e Faceb (Fundo de Previdência dos Empregados da Companhia Elétrica de Brasília – CEB)”.

O problema na Fundação Petros, segundo Mendonça, é evidente já que “funcionários e aposentados da Petrobras correm o risco de ter de fazer contribuições extras para cobrir prejuízos do fundo de pensão da estatal a partir de 2017”. De acordo com informações coletadas pelo parlamentar, o principal plano de previdência do fundo fechou, pelo segundo ano consecutivo, no vermelho, com um déficit técnico de R$ 6,2 bilhões. “Essas histórias nebulosas precisam ser passadas a limpo”, afirma Mendonça Filho.

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